O mundo da tecnologia ficou de olho no lançamento do Humane AI Pin, uma invenção da startup Humane, formada por gente que já trabalhou na Apple. Chamado de "assassino do smartphone", esse aparelhinho promete mudar completamente como a gente usa computadores. Mas, conforme mais informações sobre o produto aparecem, surge a dúvida se ele vai mesmo ser algo que a galera vai querer usar.

O conceito fundamental do Humane AI Pin

Imagem: Humane
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Os fundadores da Humane, o casal Imran Chaudhri e Bethany Bongiorno, e ex-empregados da Apple, idealizaram o AI Pin como um salto em direção a um futuro pós-smartphone. A proposta é integrar todas as funções de um smartphone em um dispositivo discreto que se "fundirá perfeitamente ao fundo de sua vida", nas palavras de Chaudhri.

O dispositivo, desprovido de tela, utiliza um pequeno projetor a laser para sobrepor informações na palma da mão, oferecendo assistência virtual, comunicação e uma gama de serviços e recursos alimentados por IA. É como se fosse um broche, que você fixa na sua roupa, e ele funcionasse como a Alexa, ou a Siri.

Imagem: Humane
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Os smartphones vão ser substituídos pelo AI PIN?

Apesar de um vídeo revelador apresentado por Chaudhri e Bongiorno, a eficácia do AI Pin em conduzir-nos para um futuro pós-telefone ainda é incerta. A promessa é empolgante, mas as possíveis complicações não podem ser ignoradas. Um dos aspectos mais interessantes AI PIN, é que ele livra você da gama de aplicativos com a qual todos nos acostumamos. Ao invés disso, a Humane quer que você se empolgue com o que está chamando de "Experiências".

Essencialmente, essas experiências são características do AI PIN que estão organicamente ligadas ao modelo interativo do produto. Estes são ativados através de comandos de voz e, até agora, parecem incluir coisas como procurar informações e tocar música. A empresa diz que as experiências, cujos dados são armazenados no dispositivo e na nuvem, devem se tornar mais abrangentes à medida que os negócios evoluem.

Sendo assim, não está claro ainda se o dispositivo pode mesmo substituir os smartphones. Entretanto, caso o aparelho se torne popular, a tendência é que ocorram cada vez mais investimentos e aprimoramentos. Logo, não é impossível que as telas deixem de ser "a bola da vez" em um futuro próximo.

Qual será o custo do dispositivo?

O dispositivo estará disponível para encomendas na próxima semana, deixando uma expectativa crescente sobre sua capacidade de oferecer uma experiência funcional e atrativa.

O preço do AI Pin, fixado em US$ 699, com uma taxa mensal adicional de US$ 20, é exorbitante. Na cotação atual do dólar, o dispositivo custa em torno de R$ 3.400. Já a taxa mensal custa em torno de R$ 100 por mês.

A oferta inicial abrange o "sistema completo", incluindo o pin, uma base de carregamento com estojo, cabo e adaptador, além de um "impulsionador de bateria" adicional. Uma alternativa que não quebra o banco, mas também não se configura como uma compra por impulso.

Imagem: Humane
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Comunicação sem tela e adeus aos aplicativos

Dispositivo funciona como um tipo de broche. Imagem: Humane.
Dispositivo funciona como um tipo de "broche". Imagem: Humane

A proposta intrigante do AI Pin é libertar os usuários da matriz de aplicativos à qual todos nos acostumamos. Em vez disso, a Humane deseja que nos entusiasmemos com o que eles chamam de "Experiências".

Ativadas por comandos de voz, essas experiências incluem buscar informações e reproduzir música. A empresa espera expandir essas experiências à medida que evolui, integrando o pin a uma variedade mais ampla de serviços e atividades por meio de IoT e integrações de dispositivos inteligentes.

Privacidade em questão

Com a capacidade do AI Pin de coletar dados extensivos, surge a preocupação com a privacidade. A Humane introduziu o "Human.center", um portal onde os usuários poderão visualizar e, idealmente, controlar seus dados armazenados na nuvem da Humane.

No entanto, as informações sobre recursos de privacidade foram escassas, exigindo uma divulgação mais aprofundada sobre como o dispositivo coleta, armazena e protege os dados do usuário.

A falta de emoção na visão da Humane

Contrariando a empolgação inicial, a visão apresentada pela Humane para o futuro com o AI Pin parece excessivamente séria. O evento de lançamento, em um ambiente quase laboratorial, careceu do toque lúdico associado a produtos verdadeiramente inovadores.

A ausência de emoção no AI Pin levanta dúvidas sobre sua capacidade de se integrar de maneira genuína à vida digital, tornando-o mais uma ferramenta funcional do que uma experiência envolvente. À medida que o Humane AI Pin entra no cenário tecnológico, a dualidade entre inovação futurista e a falta percebida de emoção se destaca.

Enquanto a proposta promete romper com a dependência dos smartphones, a incerteza paira sobre sua capacidade de oferecer uma experiência verdadeiramente cativante e pessoal. A resposta definitiva sobre o destino do AI Pin só será revelada quando os usuários puderem experimentar pessoalmente esse intrigante dispositivo que promete moldar o futuro da interação humana com a tecnologia.