Dentro da Campus Party 2017 não circula nenhuma linha municipal, porém, mesmo assim foi instalado um ponto de ônibus. A instalação é cheia de sensores que são capazes de contar o número de pessoas, medir a temperatura ambiente e ainda capturar ruídos, como o de tiros ou mesmo batidas de automóveis.

Os dados coletados podem ser usados pelo poder público para poder desenvolver novas políticas ou mesmo adequar as que já existem, disse Anderson Rodrigues, diretor de planejamento estratégico da Ótima, empresa que levou o protótipo à Campus Party. A companhia é uma das concessionárias que explora o mobiliário urbano na cidade de São Paulo, em troca da conservação dos pintos de ônibus.

"O abrigo deixa de ser um local para a espera de ônibus e vira um provedor de dados para que a prefeitura melhore a vida das pessoas", diz Rodrigues.

Contagem de pessoas

Um celular é usado para a contagem de pessoas que passam a pelo menos 30 metros do ponto e ainda registra a distância que estavam e se chegaram a permanecer no local.

O sensor utiliza a capacidade dos smartphones de procurar redes Wi-Fi para poder coletar o endereço MAC dos aparelhos, que exibe o modelo do dispositivo e também a sua frequência. A intensidade do sinal, mais ou menos forte, mostra a distância entre o ponto e o celular.

Sensores

Outros sensores são responsáveis pela captura de mais informações. Eles podem medir a intensidade de chuva, lixo, poluição, temperatura, umidade e outro de raios ultravioletas, que informa a intensidade dos raios do Sol.

Através do sensor de ruídos é possível detectar o som ao redor do ponto de ônibus. De acordo com Rodrigues, através dele é possível verificar se houve alguma batida de carro, um tiro disparado ou mesmo se alguém infringiu a Lei do Psiu, sendo que em São Paulo o barulho deve ser reduzido após as 22h.

Os dados coletados pelo ponto de ônibus conectado serão usados pelos participantes da maratona hacker da Organização Das Nações Unidas (ONU), em que programadores criarão tecnologias pra promover o desenvolvimento sustentável.

"Vamos gerar dados para que essa molecada possa gerar soluções para a cidade", afirmou Gustavo brancante, gerente de tecnologia e inovação da Ótima.