Segundo informações repassadas pelo site da BBC, as novas evidências descobertas pelo Curiosity dão certa credibilidade à uma teoria que fala a respeito das marcas escuras vistas nas imagens como paredes cheias de crateras. Estas marcas poderiam ter sido formadas pela força da água. Essa descoberta já até mesmo foi publicada na ultima edição da revista científica "Nature".

Para o grupo de cientistas da Universidade Lulea de Tecnologia de Kiruna, na Suécia e do Instituto Andaluz de Ciências da Terra de Granada, na Espanha, liderados por Javier Martín-Torres, há grande chance de ter uma fina camada de água que se forma na superfície de Marte, isso graças aos sais existentes no solo, denominados de percloratos, eles absorvem vapor de água da atmosfera. Essa tese foi muito estudada por eles e de acordo com os cientistas o ciclo de água é noturno.

Os estudiosos dizem ainda que o processo que ocorre nas noites marcianas é muito interessante, uma vez que parte do vapor de água que existe na sua fina atmosfera sofre um processo de condensação no solo e gela, mas devido ao perclorato de cálcio que existe no solo, parte desse vapor de água é absorvida e assim se forma uma espécie de salmoura que faz diminuir e muito o ponto de congelamento, permitindo a liquefação da água, mas os cientistas resaltam que não podem afirmar se esse processo e suficientemente ativo.

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Através dos dados fornecidos pelo Curiosity, os cientistas conseguiram estimar o teor de água do solo usando dados de um instrumento chamado Dynamic Albedo of Neutrons. Os resultados mostram que as condições estavam adequadas para as salmouras se formarem em noites de inverno no equador de Marte; a água não se "acumula" em virtude do aumento da temperatura durante o dia.

Em uma breve declaração, Javier Martin-Torres disse a BBC que a descoberta ainda é muito vaga, porém consistente; "O que nós vemos são condições para a formação de salmouras na superfície, muito semelhante quando as pessoas estavam descobrindo os primeiros exoplanetas, eles não podiam ver, mas eram capazes de "sentir" os efeitos gravitacionais na estrela, muito semelhante com o que acontece agora em Marte, sabemos que se formam, mas ainda não conseguimos ver realmente".

Para completar, Torres diz que "é possível ver um ciclo de água diário, o que é muito importante, esse ciclo é mantido pela salmoura; na Terra, por exemplo, temos uma troca entre a atmosfera e o solo pela chuva, mas no planeta vermelho isso não acontece".

A prova de existência dessas salmouras na "linha do equador" em Marte - onde as condições são menores - engrandece a descoberta, pois se lá acontece esse ciclo, então isso pode acontecer em outros locais do planeta, onde a umidade é mais alta e as temperaturas são mais baixas, assim sendo, as salmouras pode existir o ano todo.

Fonte: BBC