O contato e manuseio de cédulas de dinheiro são atos cotidianos e corriqueiros, tanto é que muitas vezes nem paramos para observar a impressão ou as figuras contidas neste papel tão precioso. No entanto, de quem é a face contida na moeda de um real e nas demais cédulas? O que fez esta mulher para ser personificada de tal maneira? Vamos ver um pouco da evolução para entendermos este fato.

Depois de várias trocas monetárias, o uso do Real foi implementado em julho de 1994, quando o país estava sobre o mandato do presidente Itamar Franco, sob o comando de Fernando Henrique Cardoso. A escolha do nome 'Real' para a designação da nova moeda tem muitas especulações, sendo uma das mais utilizadas e conhecidas a questão da relação deste nome com a primeira unidade monetária do Brasil, o 'Réis', e, além disso, buscava-se trazer o sentido de realidade, isto é, transmitir o real valor da unidade.

Efígie da república

Sabe-se que a Efígie trazida nas células tem o nome de Marianne e é uma figura do sexo feminino que simboliza a Liberdade da República Francesa, foi inspirada na obra 'A Liberdade Guiando o Povo', do pintor Ferdinand Victor Eugène Delacroix, em 1830.  Esta personificação representa a intensificação dos Valores da República e dos cidadãos franceses, ao ser simbolizada pela razão, nação, pátria e virtudes da república. A escolha de seu nome, portanto, especula-se ser uma junção dos nomes mais comuns entre as mulheres francesas, Marie e Anne.

A utilização da Alegoria Republicana Francesa Marianne passou a ser usado pela República Brasileira, estampando vários objetos pelo país, como bandeiras, praças públicas e as cédulas do Real. Alguns historiadores afirmam que a escolha da mulher como símbolo representativo da República pode ter sido como forma de demarcar a ruptura com o antigo regime autocrático sofrido pela população, onde este era chefiado somente por homens. Contudo, Marianne passou a ser chamada de 'Senhora da Liberdade' ou até mesmo de 'Senhora da Maçonaria' por alguns.

Marianne e a maçonaria

Marianne, objeto referência do quadro de Delacroix, além de ser a grande representação da liberdade e o ícone simbólico da República Francesa, era também conhecida como símbolo da maçonaria. Estudos revelam que os maçons tiveram uma extensa contribuição na história da Revolução Francesa, uma prova disso é que o lema da revolução: 'Liberdade, Igualdade e Fraternidade', também é compartilhado por este povo.

Por ser representante da liberdade, principalmente, fez com esta mulher fosse adotada como representação dos princípios franceses. No que se refere a sua relação com o povo maçônico, os bustos de Marianne são objetos obrigatórios em todos os templos franceses de maçonaria. Outro símbolo indispensável a estes templos é o triângulo com o 'olho que tudo vê' e a estrela de cindo pontas, por exemplo.

Contudo, existem ainda muito mais especulações em relação a figura de Marianne e sua utilização nas cédulas do Real, como a presença de objetos ocultos na impressão e outros detalhes que possam remeter às práticas maçônicas. Existem, também, fortes indícios que afirmam que Marianne é a mulher esculpida na Estátua da Liberdade de Nova Iorque, além de sua relação com diversas outras esculturas de deusas da antiguidade.