A Anatel informou que considera eficaz a suspensão na venda de chips de três operadoras, que aconteceu há um ano. De acordo com os indicadores que foram divulgados nesta sexta-feira (27), o órgão crê que a medida fez com que o problema terminasse e também houve melhorias por parte das empresas.

"Acreditamos que os serviços estão apresentando estabilidade para melhor, há um processo de melhoria da qualidade, pelos investimentos das operadoras, em que pese ainda termos reclamações de outros quesitos que não especificamente de qualidade", avalia o presidente da Anatel, João Rezende.

Conforme os dados, as quatro maiores operadoras, ou seja, TIM, Oi, Claro e Vivo, superaram a taxa de referência estabelecida para acesso à rede voz, de 95%. Com isso, o total de chamadas completadas, sobre o total de tentativas, ficou acima da porcentagem.

Porém, no que diz respeito à taxa de acesso à rede de dados, somente uma operadora conseguiu atingir a média, a Claro, chegando a 98%.

As queixas por parte dos consumidores aumentaram neste período. Quando suspendeu as vendas, o órgão recebia entre 500 e 2 mil queixas mensais sobre rede. Agora, o número ficou entre 1,5 mil e 5,5 mil.

 "No ano passado, a média era de 518 mil atendimentos por mês no call center da Anatel. Entre janeiro e junho deste ano, passou para 66 mil por mês - nos dois casos, cerca de 40% são reclamações", diz a superintendente de relações com consumidores, Elisa Peixoto.

Roberto Pinto Martins, superintendente de Controle de Obrigações, o movimento é natural. "O número de reclamações permite mais de uma leitura, não significa que não tenha melhorado. Por exemplo, foi feita uma grande divulgação do número da agência, o que significa que as pessoas podem ter se sentido mais dispostas a reclamar", avalia.

"Na época em que editamos a cautelar, o problema não era o estágio em que estavam as redes, mas a curva de queda na qualidade, decrescente. A projeção era que o serviço estava piorando e a tendência, se não fosse tomada nenhuma medida pela agência, era de piora constante. Acreditamos que a queda no nível de qualidade parou, houve estabilização e alguma subida em alguns aspectos específicos, o que consideramos positivo diante do cenário pré-cautelar", disse também o conselheiro Rodrigo Zerbone.