Trata-se de algumas dificuldades e problemas que tive quando comecei a carreira como "freela" e gostaria de compartilhar com vocês.

Quando comecei a oferecer meus serviços de webdesign como freelancer, não trabalhava com contratos ou qualquer coisa que pudesse comprovar um acordo entre ambas as partes, o Contratante e o Contratado. Esta estratégia não é nada boa para quem está começando, na verdade é muito ruim para quem pretende levar o serviço a sério. O fato de não trabalhar com contratos certamente fará com que você perca clientes em potencial.

Por pura ignorância eu tinha receio em trabalhar com contratos. Tinha receio de me deparar com problemas na justiça (pode um pensamento desses?). Mesmo sem trabalhar utilizando contratos para firmar o que tinhamos estabelecido, desenvolvi alguns sites em algumas oportunidade só no "boca a boca". Por via das dúvidas, eu cobrava uma porcentagem apenas para ter certeza que o cliente estava interessado no serviço, em troca, entregava um recibo como comprovante de pagamento.

Todavia, você, querido leitor, e eu sejamos honestos, o "boca a boca" não vale muita coisa. Acredito que em qualquer serviço que se é prestado, independente da área de atuação de cada um, o acordo feito "no fio do bigode" não é a melhor opção, pois não há benefícios nem para o contratante, e nem para o contratado. Quando prestamos serviços temos direitos e deveres, esses mesmos direitos e deveres são válidos para o contratante. E como comprovamos esses direitos e deveres? Através de um contrato.

Imagine o futebol sem os juízes (consegue imaginar?). Podemos dizer que o juiz é o contrato, é ele quem dita as regras do jogo, é ele quem segue as régras acertadas antes de cada "jogo". O contrato serve para definir tanto o nosso compromisso, quanto o compromisso do cliente.

Não trabalhar com contratos rendeu-me algumas situações que tive que suportar, quieto,  para não ter problemas com o cliente. Vou expor dois pequenos casos:

  • Fui contratado certa vez para desenvolver um site estático onde a ideia era criar pelo menos 10 páginas. Quando pensava que o site estava pronto, sempre aparecia-me uma nova página para inserir no site. No final das contas, criei quase 30 páginas, ou seja, 20 a mais das planejadas inicialmente.
  • Um outro caso onde foi prejudicado pelo meno de escrever um contrato, ocorreu quando produzi um site por valor quase irrisório, o cliente era dos mais exigentes. Esse cliente já havia feito algum curso de webdesign, mas certamente não sabia nada, caso contrário não teria entrado em contato comigo para desenvolver o site. Ele passou o período todo me questionando quanto aos meus argumentos. Meses depois, ele ligou e pediu que eu retirasse minha assinatura de seu site. E eu tirei.

Eu poderia ficar bravo, esperniar,  não aceitar esses abusos por parte dos clientes, mas para evitar um conflito, fiz tudo sem reclamar. Tudo porque tive medo de utilizar contratos para firmar a parcerias com eles. Pelo menos tive também clientes satisfeitos.

No primeiro caso, se eu tivesse feito pelo menos uma proposta de desenvolvimento de site, definindo o que será feito por preço X, o abuso no número de páginas extras não teriam acontecido.

Já no segundo caso, no contrato podemos colocar uma clausula informando que uma área do site será reservada para colocar nossa assinatura. Caso o cliente não queira nossa assinatura, cobramos um valor extra. Simples né?

A seguir fiz uma lista de problemas que você pode encontrar trabalhando sem contrato:

  • Falta de credibilidade no seu serviço;
  • Fazer mais por menos;
  • Ser explorado;
  • Conflitos com o cliente;
  • Atrasos no desenvolvimento;
  • Problemas com pagamento.

Com um contrato em mãos, seu serviço pode não ficar mais qualificado, mas com certeza traz boas referências quanto aos seus objetivos e acrescenta confiança e respeito ao trabalho que você está desenvolvendo. O contrato não precisa ser burocrático. Temos apenas que definir direitos e deveres de ambas as partes, respeitando o código de defesa do consumidor. Você não pode eximir-se das suas responsabilidades, nem seu cliente. O contrato é seu amigo. Use-o.