A empresa chinesa de smartphones quer projetar sua própria linha de processadores para não precisar depender de empresas como MediaTek, Qualcomm e Samsung no futuro, pelo menos no segmento de smartphones.

O presidente da OPPO China, Liu Bo, confirmou em uma entrevista que a empresa está levando adiante seus planos de fabricar processadores próprios e que eles podem ser a "força motriz crucial" para o crescimento da OPPO no futuro.

Essa não é a primeira vez que a empresa trabalha em um chipset próprio. A empresa já projetou o chipset M1, mas destina-se a fones de ouvido sem fio e possui Bluetooth 5.0, codec AAC e um modo de baixa latência.

Em fevereiro de 2020, a empresa compartilhou uma nota interna mencionando um projeto para desenvolvimento de processadores próprios. Liu Bo também disse que a empresa começará a trabalhar com os principais fornecedores para projetar e desenvolver seus processadores.

Desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva para aplicar sanções comerciais contra a Huawei no ano passado, as marcas chinesas de smartphones vem sendo cautelosas com os EUA.

Empresas como OPPO, Vivo e Xiaomi tentam diversificar o portfólio de seus fornecedores. Isso pode significar um desastre para a Qualcomm a longo prazo, se os OEMs de smartphones chineses tiverem sucesso no design de SoCs próprios.

Apesar de proibir o uso da Google Play Store em dispositivos da Huawei, a empresa ainda conseguiu vender milhões de smartphones devido ao seu hardware de ponta, como os processadores Kirin e seus próprios modems 4G e 5G. Da mesma forma, a OPPO está pensando em construir seus processadores e modems internos.

A Samsung é outro player que fabrica muitos componentes de smartphones internamente, incluindo processadores, modems, RAM, armazenamento, painéis de exibição, sensores de câmera e baterias.

Como a Huawei, também vende equipamentos de rede para empresas de telecomunicações. A Xiaomi também iniciou o desenvolvimento de seus processadores internos, Surge S1 e Surge S2, mas depois parou o desenvolvimento.

Não é fácil desenvolver um processador de smartphone devido à maioria das patentes pertencentes a empresas como Apple, Nvidia, Qualcomm, Samsung e Broadcom. Portanto, poucas empresas tiveram sucesso nesse mercado e marcas como Broadcom, Intel, Nvidia e TI (Texas Instruments) tiveram que sair do mercado.