A gente sabe que tem gente que fica preocupada com o futuro quando falamos sobre a revolução da inteligência artificial, mas a verdade é que isso está mais perto do que parece e ela não vai apenas responder comandos ou gerar textos. Segundo um novo estudo global do IEEE, a chamada IA agêntica , aquela que age sozinha, deve chegar ao mercado de consumo já em 2026 e vai acabar mexendo com setores de trabalho e até da saúde.
O que muda com a chegada da IA agêntica
Esqueça a IA que responde comandos de textos como o Gemini e o ChatGPT. A IA agêntica é uma versão superior a essa, capaz de definir metas, planejar e executar tarefas de forma autônoma, sem depender o tempo todo de instruções humanas. Ou seja: ela funciona mais como um assistente real, alguém (ou algo) que toma decisões, organiza compromissos, faz compras, monitora dados e gerencia sua rotina.
De acordo com o relatório "O Impacto da Tecnologia em 2026 e Além", que ouviu líderes de tecnologia em seis países (incluindo o Brasil), o uso dessa nova IA vai se expandir rapidamente. Ela deve atuar como personal shopper, organizador de agenda, gerente de privacidade digital, monitor de saúde e até curador de notícias, tudo com o mínimo de interferência humana.
Mais de 60% dos entrevistados brasileiros acreditam que o consumidor comum já vai usar a IA agêntica de forma rotineira até 2026. E a projeção de avanço será tão grande que 91% dos especialistas preveem um aumento significativo na contratação de analistas de dados, justamente para acompanhar, validar e monitorar o trabalho dessas IAs autônomas.
O estudo também mostra que cerca de metade dos empregos no mundo (51%) devem ser "ampliados" por softwares de IA até 2026. Isso não quer dizer que os humanos serão subsituídos por máquinas, pelo menos não de forma imediata, mas o que vamos ver é uma melhor combinação entre humanos e sistemas inteligentes, seja para análise de dados, automação, segurança e até atendimento.
Como foi levantado pelo IEEE, as empresas já estão procurando pessoas habilitadas para atender pelo menos quatro setores: ética em IA (44%), análise de dados (38%), aprendizado de máquina (34%) e modelagem de dados (32%).
A pesquisa também revela que 46% dos especialistas acreditam que robôs humanoides podem se tornar comuns em ambientes de trabalho e 40% afirmam que suas empresas planejam implantar esse tipo de robô já em 2026.
Quais setores vão mudar com a IA agêntica
No Brasil, os setores mais impactados devem ser:
- desenvolvimento de software (60%),
- bancos e finanças (48%),
- mídia e entretenimento (48%),
- seguidos por saúde e educação (ambos com 28%).
Já em termos de tecnologia, a IA deve impulsionar áreas como robótica (56%), veículos autônomos (38%) e realidade estendida (38%).
O IEEE aponta que o impacto da IA vai muito além do software. A tendência é que robótica, veículos autônomos, computação quântica e energia renovável sejam cada vez mais comuns no meio empresarial, especialmente com a integração da inteligência artificial nos próximos anos.
Mas é claro que ainda existem muitos desafios pela frente. Privacidade e segurança de dados continuam sendo as maiores preocupações. Também se fala muito sobre o risco de dependência excessiva da IA e até possíveis imprecisões nas respostas, algo que preocupa bastante quem lida com dados e informações úteis.
De acordo com a pesquisa, ainda será necessário de 3 a 7 anos para construir a infraestrutura global de data centers capaz de sustentar esse crescimento acelerado.
Com informações do IEEE






