O MQA é um formato de áudio que foi criado para trazer a "qualidade de estúdio" para o streaming de música. A plataforma de streaming que adotou o codec MQA foi o Tidal e desde então, esta tem sido a forma mais popular de acesso a este formato, que é chamado de "Master" no aplicativo.

De acordo com britânico Bob Stuart, criador do MQA, o formato foi desenvolvido com base em "pesquisas neurocientíficas recentes". Segundo a empresa por trás do codec, a codificação tradicional em formatos como, por exemplo, o FLAC, descarta informações para reduzir o tamanho, enquanto o MQA captura todo o sinal e realiza um processo chamado de "dobra" ("fold").

Como é feito o "unfold" (desdobramento) do MQA pelos dispositivos com suporte ao formato?

A desenvolvedora do MQA diz que o formato é "totalmente aprovado e autenticado no estúdio", levando em conta "todos os cenários de reprodução". Após captura do sinal da gravação obtida no estúdio, o codec realiza a "dobra" ("fold") para diminuir o tamanho do arquivo o suficiente para ser viável realizar o streaming de músicas em plataformas como o Tidal. Esse processo é chamado de "Origami da Música" ("Music Origami").

Processo Origami da Música (Music Origami) realizado para possibilitar a transmissão do MQA no streaming de música. Fonte: MQA
Processo "Origami da Música" ("Music Origami") realizado para possibilitar a transmissão do MQA no streaming de música. Fonte: MQA

Para reproduzir um arquivo no formato MQA, tanto o aplicativo quanto o DAC do dispositivo deve ter suporte à reprodução do codec (confira aqui a lista de dispositivos). Entretanto, dependendo do hardware e software utilizado, o processo de "unfold" será diferente.

A primeira forma de "desdobrar" o MQA é através de um aplicativo ou hardware que tenha o "MQA Core Decoder". Ele está presente no serviço de streaming Tidal, DAPs (Digital Audio Players) e nos players de mídia Audirvana e Roon. Aqui é possível realizar o primeiro "unfold" que entrega todas as "informações diretas da música", segundo a empresa, obtendo uma reprodução de músicas com taxa de amostragem (sample rate) de 88,2Khz e 96Khz.

MQA Core Decoder. Fonte: MQA
MQA Core Decoder. Fonte: MQA

A segunda maneira de realizar o "unfold" é através de um "MQA Renderer" ("Renderizador MQA"). Aqui são utilizados DACs USB com suporte ao codec MQA. Com estes dispositivos, é possível fazer o primeiro, segundo e terceiro "unfold" (descobramento), completando assim o desdobramento de um arquivo em MQA. Isso é possível através da junção de um aplicativo que tenha o "MQA Core Decoder" e o hardware (DAC USB) com suporte ao codec MQA.

MQA Renderer. Fonte: MQA
MQA Renderer. Fonte: MQA

Há ainda um terceiro método de desdobramento dos arquivos MQA, o "MQA Full Decoder". Trata-se de uma forma de realizar o desdobramento utilizando somente hardware. Aqui, segundo a criadora do codec, o usuário irá obter "a mais alta qualidade de som possível", oferecendo um "nível de reprodução que se assemelha ao que os artistas criaram no estúdio".

MQA Full Decoder. Fonte: MQA
MQA Full Decoder. Fonte: MQA

De acordo com a lista de dispositivos considerados "MQA Full Decoder" parece haver somente DACs de mesa dedicados (que só realizam a função de conversão do sinal analógico para digital). Ou seja, nesse "nível" de desdobramento ("unfold") completo, não há mais mobilidade para se ouvir arquivos no formato MQA.

O que o MQA tem de especial?

De acordo com a companhia de Bob Stuart, o MQA com taxa de amostragem (sample rate) de 44,1Khz é capaz de fornecer um som equivalente a um arquivo "tradicional" (em FLAC, por exemplo) de 96Khz. Entretanto, há muitas controvérsias sobre essa performance superior do formato. O músico e youtuber do canal "GoldenSound" chegou a publicar dois vídeos demonstrando que o MQA distorcia o som original de uma forma "decepcionante".

Vídeo incorporado do YouTube

Após assistir ao vídeo, fica a reflexão se o MQA realmente é uma inovação ou é simplesmente uma "enganação".

Esse artigo é feito em parceria com o Grupo Fones de Ouvido High-End: