Recentemente, a maior rede social do mundo, o Facebook, tem gerado escândalos, o que tem feito muitos usuários repensarem no seu comportamento na rede social e criar uma campanha chamada #deletefacebook

Com a possibilidade de se conectar com qualquer pessoa do mundo que tenha um perfil na rede social, sendo necessário fornecer seus dados pessoais a rede, os marqueteiros de determinadas empresas têm utilizado está fonte para influenciar os resultados das eleições presidenciais, o fato já ocorreu nos Estados Unidos e Inglaterra. Sendo que o próximo país alvo seria o Brasil, com eleições que acontecem em outubro deste ano.

A rede social Facebook influencia o nosso mundo, sem o nosso consentimento. Quanto mais nos postamos no nosso Facebook mais completo fica nosso perfil, nossas informações passam a ser cruzadas com a nossa vida real, como a cidade em que moramos, nossas compras com cartões de crédito, onde passamos as férias, tudo para auxiliar os anunciantes. Contudo, está ferramenta do Facebook tem sido utilizada para influenciar a opinião pública, como no caso do Brexit, a bem-sucedida campanha para tirar o Reino Unido da União Europeia, em 2016. 

Outro exemplo, também em 2016, as eleições americanas, em que o partido republicano de Donald Trump gastou em torno de US$ 70 milhões em anúncios no Facebook, mas ao todo a campanha de Trump fez circular em média 250 milhões de dólares na rede social. Em 2008, a campanha de Barack Obama também utilizou o Facebook como estratégia, mas nada comparado com o impacto que gerou o uso da rede social nas eleições de 2016.

As primeiras denúncias de uso ilegal na campanha de Trump sugiram em 2017, sendo que nessa última semana parte do esquema acabou sendo revelado. Tudo teve começo em 2014, quando aproximadamente 270 milhões de pessoas fizeram o download de um aplicativo no Facebook, chamado "Short Personality Test", em português, "Essa é sua vida digital", que aparentemente seria só um teste de personalidade, mas que na verdade era uma ferramenta que mais tarde seria utilizada pelos marqueteiros da campanha de Trump.

A empresa Cambridge Analytica, utilizou os dados das pessoas que efetuaram os testes e também dos amigos destas pessoas no Facebook, totalizando 250 milhões de perfis explorados, tudo em segredo. Desta forma, a companhia conseguiu criar uma campanha específica para estes potenciais eleitores do atual presidente Trump.

O ex-diretor de pesquisa da Cambridge Analytica, Chris Wylie, disse "Se eu tenho informação suficiente ao seu respeito, porque você mesmo informou as suas fraquezas mentais, eu posso explorar isso". Neste caso, as fraquezas mentais citadas por ele, dizem respeito a estratégia de ameaçar, amedrontar os eleitores, com frases do tipo "Caso Trump não seja eleito, muitos eleitores americanos perderão alguns de seus direitos".

Entretanto, assim que a rede social Facebook teve consentimento sobre a obtenção de dados de forma ilegal pela empresa Cambridge Analytica, exigiu que os mesmos fossem excluídos. Porém, nesta semana, foi divulgados que muitos destes dados não forame excluídos, com a empresa negando ter cometido irregularidades.

Mark Zuckerberg, um dos criadores do Facebook e atual executivo da rede social, perante a situação, pediu desculpas pelo ocorrido e informou que a rede social está trabalhando para melhorar a segurança da rede, ressaltando que neste ano existem eleições no Brasil, assim como em outras partes do mundo e que a rede social estará empenhada para garantir a integridade das eleições.

Mark Zeckerberg

Contudo, na semana passada, executivos da Cambridge Analityca foram flagrados dizendo que podem elaborar diferentes tipos de emboscadas para influenciar os resultados das eleições, inclusive no Brasil. A colaboração no Brasil, viria de uma sociedade com a empresa Ponte Estratégia, em que o André Torreta, dono da empresa e publicitário definiu o acesso os dados da seguinte maneira "As empresas têm informações das pessoas, o governo tem informações das pessoas, as redes sociais têm muitas informações das pessoas, estes dados são analisados, para que empresas, governos e candidatos possam conversar melhor com os brasileiros". Porém, Torreta acabou rompendo a parceria com a Cambridge Analityca, informando que "A Ponte faz questão de deixar claro que em 10 anos de atuação sempre se pautou pela ética e transparência em seus negócios".

O Ministério Público do Distrito Federal mesmo sem identificar nenhuma irregularidade cometida pela Cambridge Analytica e a Ponte, no Brasil, acabou chamando o publicitário para esclarecimentos. O Promotor de Justiça, Frederico Meinberg, disse "O marco civil da Internet vai trazer os direitos que os consumidores têm em relação a Internet, direito de não fornecimento de dados a terceiros, que é exatamente o que está em jogo nesta investigação". Como o marco civil é a lei da internet no Brasil, se qualquer empresa utilizar seus dados de forma indevida, a lei estabelece ressarcimento sobre danos morais ocasionados a pessoa.

Meinberg, completou dizendo "Se com dados de farmácia, de históricos de compras, foram analisados com bandeira vermelha que aquele candidato está com problemas de saúde, certamente não será contratado", isso vem ao encontro da não utilização dos nossos dados contra nós mesmos.

 

Dicas para se proteger na rede social Facebook

Depois de todos esses problemas, veja algumas formas de ajudar a melhorar a privacidade de sua conta no Facebook. 

Dica 1 - Navegador no modo anônimo

Uma das maneiras mais fáceis é utilizar o navegador no modo anônimo, facilmente acionado e garante alguma privacidade, clique nos três pontinhos situados no canto superior direito da página e clique na opção "Nova janela anônima".

Navegação no modo anônimo

 

Dica 2 - Privacidade

Você pode selecionar o seu público, optando por quem pode ver suas publicações, analisar publicações e itens em que foi marcado, limitar acesso de público, estabelecer quem pode lhe enviar solicitações de amizade, visualizar a sua lista de amigos, encontrar você pelo número de telefone ou e-mail, e muito mais, para isso, acesse "Configurações", depois "Privacidade".

Privacidade

 

Dica 3 - Ler os Termos de Uso e as Políticas de Privacidade

Para ter a certeza sobre com o que e com quem você está lidando e informando os seus dados, leia os termos de uso e as politícas de privacidade, não saia concordando e aceitando, sem ler.

Conferir os termos e políticas

 

Vasculhar o máximo de informações sobre o que você está acessando e a quem informando seus dados


 

Dica 4 - Análise de Marcações

É possível ativar a opção de marcações em fotos, assim como autorizar o que pode aparecer na sua linha do tempo, através do Menu.


Controle o que aparece ou não na sua linha do tempo e também as marcações

 

Dica 5 - Configurações de Segurança

Como forma de precaução, ative os alertas de login para ser avisado, através de SMS ou notificação, caso alguém entre na sua conta. Em "Configurações", vá até "Segurança e Login" e na opção "Receba alertas sobre logins não reconhecidos". Além disso, confira as demais opções de segurança oferecidas pela rede social.

Configurações de login

 

Dica 6 - Aplicativos que têm acesso ao Facebook e aos seus dados

Acesse as configurações, depois clique em "Aplicativos" e confira quais apps estão tendo acesso à sua lista de amigos e qualquer informação que você tenha escolhido tornar pública. Para excluí-los basta clicar no "x" ao lado do app, e a seguinte mensagem aparecerá:

Exclusão de app

 

Dica 7 - Não faça propaganda para as marcas as quais curtiu

Ao curtir alguma página, a informação pode ser compartilhada para fins publicitários. Como exemplo, você curtiu a página de uma marca que gosta muito, algum tempo depois, essa mesma marca opta por fazer uma ação no Facebook, neste momento, a companhia pode utilizar o seu "Curtiu", para incentivar os seus amigos da rede social a curtirem a mesma página.

 

Estas são algumas dicas para que o usuário possa controlar a sua vida na rede social, embora algumas coisas não possam ser modificadas, como a permissão que deu acesso aos dados de milhões de usuários da rede social, os quais foram utilizados estrategicamente para influenciar em decisões importantes, como em eleições presidenciais.

Compartilhe com seus amigos para eles de alguma forma se protegerem também.