O mercado do entretenimento pode estar prestes a testemunhar um dos maiores movimentos de sua história. A Skydance Paramount, braço que reúne estúdios, canais e o serviço de streaming Paramount+, estaria interessada em comprar a Warner Bros. Discovery. A informação foi publicada pelo The Wall Street Journal e reforçada pela agência Reuters, colocando Hollywood em alerta.

Ainda não há confirmação oficial de nenhuma das duas partes, mas fontes próximas ao assunto indicam que a proposta envolveria um pagamento majoritariamente em dinheiro, com valor ainda não revelado. O investimento seria sustentado por David Ellison, CEO e presidente da Skydance Paramount, e Larry Ellison, cofundador da Oracle e um dos homens mais ricos do mundo.

David Ellison, CEO do conglomerado Paramount. Imagem: Reprodução
David Ellison, CEO do conglomerado Paramount. Imagem: Reprodução

O desafio é enorme, já que a Warner Bros. tem valor de mercado estimado em US$ 33 bilhões, praticamente o dobro da capitalização da própria Paramount. Só o rumor já mexeu com Wall Street: as ações da Warner subiram quase 35% e a Paramount teve alta de até 16% depois de uma queda inicial.

O que está em jogo nessa negociação?

O interesse da Paramount tem um motivo claro: evitar que a Warner Bros. vá a leilão no futuro. A previsão é que, em 2026, a Warner Bros. Discovery seja dividida em duas companhias, quatro anos após a fusão que uniu os grupos. Isso pode abrir espaço para disputas entre investidores e até gigantes da tecnologia interessados nas marcas da Warner.

Vale lembrar que essa não é a primeira vez que uma união entre as duas empresas ganha espaço no noticiário. Em 2023, houve especulações sobre uma fusão, mas na época o cenário era inverso: a Paramount é que poderia ser absorvida pela Warner Bros. Discovery.

Agora, o jogo virou. Caso a proposta avance, a Skydance Paramount não levaria apenas o estúdio de cinema, mas todo o conglomerado Warner, incluindo televisão, streaming e marcas de peso na cultura pop.

O que a Paramount ganharia com a Warner Bros.?

Se a negociação for concretizada, a Paramount passaria a controlar alguns dos ativos mais valiosos do entretenimento. Isso inclui a HBO Max, os estúdios de cinema Warner Bros. Pictures e New Line, além da DC Comics e suas franquias, como Batman, Superman, Mulher-Maravilha, Harry Potter, Mortal Kombat e Game of Thrones.

Marcas da Warner Bros.
Marcas da Warner Bros.

Na televisão, a aquisição daria à Paramount o controle de canais globais como HBO, CNN, TNT, TBS, Cartoon Network e todo o braço da Discovery, que inclui reality shows e documentários populares. Fora isso, a estrutura física da Warner com dois estúdios gigantes na Califórnia também passaria para o portfólio da Skydance.

Do lado da Paramount, já estão no catálogo franquias como Transformers, Missão: Impossível, Pânico, Tartarugas Ninja e clássicos como O Poderoso Chefão. Além disso, a empresa controla o Paramount+, a CBS, a MTV, a Nickelodeon e a Showtime. Uma fusão desse tamanho criaria um dos grupos mais poderosos da indústria, unindo duas bibliotecas de conteúdo imensas e capazes de competir diretamente com gigantes como Disney e Netflix.

Quais são os obstáculos?

Apesar da empolgação do mercado, uma compra desse porte enfrentaria um processo longo e delicado de aprovação por órgãos reguladores. Nos Estados Unidos, negócios bilionários desse tipo precisam passar por análises criteriosas para avaliar riscos de monopólio e concentração de mercado.

Ou seja, mesmo que a Paramount confirme a intenção e a Warner aceite discutir a proposta, a conclusão da fusão pode levar anos. Até lá, investidores e fãs vão acompanhar cada movimento com atenção, já que o resultado pode redefinir o futuro do cinema, da TV e do streaming.

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