Dois celulares chamam atenção em 2025: o Galaxy A36 e o Moto G75, mas ambos seguem caminhos bem diferentes. Um foca em acabamento premium, tela de alto nível e recursos de inteligência artificial, enquanto o outro aposta em resistência, bateria confiável e sistema mais limpo. Mas no fim das contas, qual dos dois é melhor pra você? Eu testei tudo e agora você vai ver um comparativo completo e direto ao ponto.
Comparativo Galaxy A36 vs Moto G75
Construção e acabamento
Você tira os dois da caixa, coloca lado a lado, e já dá pra ver que são dois intermediários com propostas bem diferentes. O Galaxy A36 é claramente o mais sofisticado. Apesar das laterais em plástico, ele tem uma traseira de vidro Gorilla Glass Victus+, que é resistente e passa uma sensação mais premium no toque.
A Samsung manteve aquele visual mais limpo, com o módulo de câmeras integrado em um único bloco, o que deixa o design mais moderno. E quando você segura, percebe na hora: é um celular fino, leve e bem confortável pra usar no dia a dia.
Já o Moto G75 tenta seguir o estilo da linha Edge 50, mas entrega uma construção mais simples. A moldura é toda de plástico, e a traseira só muda um pouco nos modelos azul e cinza, que vêm com acabamento em couro vegano. Não é feio, a pegada até é boa, mas comparado com o A36, ele perde em refinamento.
Por outro lado, a Motorola compensa em resistência. O G75 tem certificação militar STD-810H, proteção IP68 contra água e poeira, além do Gorilla Glass 5 na parte frontal - o mesmo usado nos celulares mais caros da marca. Já o Galaxy A36 tem IP67, que é muito bom, mas o G75 está mais preparado em casos de acidentes.
Tela
E aqui vai um ponto onde a diferença entre os dois fica gritante: a tela.
O Galaxy A36 vem com um painel Super AMOLED de 6,5 polegadas, resolução Full HD+ e taxa de atualização de 120Hz. É a mesma tela do Galaxy A56, um modelo mais caro, o que já mostra o nível de qualidade. A imagem tem contraste altíssimo, cores vibrantes, resposta rápida ao toque, e o brilho chega a 1900 nits no modo adaptativo — ou seja, dá pra enxergar tudo até debaixo do sol forte.
Enquanto isso, o Moto G75 traz uma tela IPS LCD com a mesma resolução e também 120Hz, mas com brilho máximo de 1000 nits. No papel parece que não faz diferença, mas quando você liga os dois, a diferença salta aos olhos. A tela do G75 tem cores mais lavadas, contraste mais baixo e aquele efeito de rastro nos movimentos rápidos — o famoso ghosting, que é comum em telas LCD com tempo de resposta maior.
Além disso, como o LCD depende de backlight, ele gasta mais energia e é menos eficiente que o AMOLED.A gente até entende que a Motorola precisou sacrificar a tela para manter o preço do aparelho mais interessante, mas se tela é prioridade para você, a do Galaxy A36 é bem melhor.
Sistema e recursos
Se tem uma coisa que os dois mandaram bem, foi no suporte de software. Tanto o Moto G75 quanto o Galaxy A36 surpreenderam positivamente nesse ponto.
Começando pelo Moto G75, a Motorola, que sempre foi criticada por oferecer só uma atualização nos modelos da linha G, resolveu mudar o jogo aqui. O G75 já vem com Android 14 de fábrica e promete atualizações até o Android 19, além de 6 anos de atualizações de segurança. Isso é algo inédito dentro da linha Moto G — nenhum outro modelo da marca tem esse nível de suporte. E o sistema da Motorola continua com aquele estilo mais limpo, leve e fácil de mexer, sem muitos enfeites.
Do outro lado, o Galaxy A36 já chega um passo à frente: vem com o Android 15 e a nova One UI 7, que adiciona vários recursos com inteligência artificial, como apagador de objetos em fotos, seleção inteligente e sugestões de edição. A Samsung também garante 6 anos de suporte completo, com atualizações de sistema e segurança até 2031.
No fim das contas, vai depender do que você valoriza mais. Se prefere um Android mais direto ao ponto, sem firulas, o Moto G75 pode agradar mais. Agora, se você gosta de explorar recursos de IA e uma interface mais completa, o Galaxy A36 é o ideal. O bom é que ambos têm vida longa garantida.
Desempenho
Agora, vamos falar de desempenho. Os dois modelos vêm com o Snapdragon 6 Gen 3, um chip intermediário da Qualcomm que também aparece em aparelhos como o POCO X6 e o Edge 50 Fusion. Mas apesar de usarem o mesmo processador, a performance é bem diferente, especialmente quando o assunto é jogo.
No AnTuTu, o Galaxy A36 com 8 GB de RAM marcou 652 mil pontos, enquanto o Moto G75 fez 541 mil pontos. No GeekBench 6, o A36 teve 2934 pontos no teste multicore. Ou seja, ele não é um flagship, mas entrega velocidade e fluidez no uso diário.
Já o Moto G75, apesar da pontuação menor, se sai bem na prática. Ele roda vários apps ao mesmo tempo sem engasgar. Mas nos games... a coisa muda.
O Galaxy A36 se destacou. Recebeu o selo "Roda Liso" ou até "Roda Competitivo" em vários testes. No Asphalt Legends Unite, bateu 60 FPS com 95% de estabilidade. No Call of Duty Mobile, teve média de 83 FPS, e no Wild Rift, impressionou com 116 FPS, tudo muito estável.
O Moto G75 ficou atrás. No mesmo Asphalt, caiu para 44 FPS com só 62% de estabilidade. No CarX Street, o desempenho foi bem fraco: média de 17 FPS, enquanto o A36 chegou a 34 FPS. A única exceção foi no Genshin Impact, onde o G75 foi ligeiramente melhor, com 42 FPS contra 39 FPS do rival.
E se você se preocupa com aquecimento, o A36 foi mais eficiente: ficou em 37 °C depois de uma hora de Genshin. Já o G75 chegou a 40 °C.
Então sim, mesmo com o mesmo processador, o Galaxy A36 oferece uma experiência mais estável, mais fluida e mais consistente. O G75 não é ruim, mas se você joga com frequência ou exige mais desempenho, vai precisar de um pouco mais de paciência.
Câmeras
O Galaxy A36 vem com três câmeras na parte de trás: um sensor principal de 50 MP, uma ultrawide de 8 MP e aquela famosa macro de 5 MP que quase ninguém usa. A principal até que se sai bem, traz bons detalhes, contraste equilibrado e um alcance dinâmico que ajuda nas fotos com sol forte ou sombra. Em ambientes bem iluminados, as imagens realmente impressionam.
Mas quando a luz baixa, aparecem os defeitos. Em fotos noturnas ou até dentro de casa com pouca luz, tanto a câmera traseira quanto a frontal de 12 MP deixam a pele com um tom rosado. Não é nenhum desastre, mas decepciona um pouco pra quem esperava mais de um aparelho novo.
A ultrawide também não surpreende: ela entrega menos nitidez e exagera na saturação. Pode agradar quem curte fotos mais vibrantes, mas pra quem busca fidelidade de cores, não é o ideal. E a lente macro... bem, se você quiser tirar fotos de perto, é melhor usar a principal com zoom mesmo. A qualidade da macro de 5 MP não compensa.
Veja algumas fotos que tiramos com o Galaxy A36:
Já no Moto G75, a Motorola resolveu simplificar: são só duas câmeras atrás — uma principal de 50 MP com estabilização óptica (OIS) e uma ultrawide de 8 MP. Nada de macro, nada de sensor de profundidade, nem lente fake: aquele terceiro "buraco" no módulo de câmeras é só um espaço vazio.
Mesmo assim, o G75 entrega boas fotos com a principal. Elas são nítidas, com bastante saturação e um visual mais "frio", que tende pro azul e verde. Isso deixa as imagens mais artificiais. Parece até que o G75 joga um filtro automático nas fotos.
A ultrawide também segue esse estilo: mesmas cores exageradas, mesmo tom frio. Já nas selfies, o G75 tem uma câmera frontal de 16 MP que surpreende: fotos mais nítidas, com boa definição, sem aquele borrado artificial que muitos intermediários colocam pra esconder imperfeições. Foi um resultado melhor do que o esperado.
Veja algumas fotos que tiramos com o Moto G75:
Bateria e carregamento
Os dois celulares vêm com uma bateria padrão de 5.000 mAh, o que já virou o básico da categoria. No nosso teste de uso contínuo, que simula um dia inteiro mexendo no celular — com navegação, vídeos, jogos e redes sociais — o A36 aguentou 7h45 de tela ligada e ainda terminou com 11% de bateria. É um bom resultado, nada excepcional, mas isso quer dizer que ele vai segurar um dia de uso moderado.
O problema real do A36 é o carregamento. Mesmo suportando até 45W, a Samsung insiste em mandar um carregador de apenas 15W na caixa. Resultado: o tempo de carregamento passa fácil das 2 horas. Em pleno 2025, isso é um retrocesso.
Do outro lado, o Moto G75 também passou pelo mesmo teste e terminou um pouco melhor, com 14% de bateria restante no fim das 8 horas. E o grande diferencial aqui está no carregamento: o aparelho já vem com um carregador de 33W, que leva ele de 0 a 100% em cerca de 1h21. Muito mais rápido que o Galaxy A36 com seu carregador básico.
Ah, e um alerta importante: nenhum dos dois tem carregamento por indução, apesar de alguns sites listarem isso por engano. É só no cabo mesmo.
Preço e custo-benefício
Quando o assunto é preço, a diferença entre os dois não é tão grande, mas vale a pena prestar atenção nos detalhes.
O Moto G75 foi lançado em outubro de 2024 por R$ 2.299, mas já pode ser encontrado por R$ 1.599, o que representa uma queda considerável no valor. Já o Galaxy A36, que chegou ao mercado em março de 2025 por R$ 2.699, atualmente está custando R$ 1.619.
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Ou seja, os dois estão praticamente na mesma faixa de preço hoje. Então, qual vale mais a pena?
Conclusão: qual vale mais a pena?
Depois de testar e comparar tudo — construção, tela, desempenho, câmeras, bateria, sistema e claro, o preço — dá pra dizer com segurança: o Galaxy A36 é o celular mais completo entre os dois.
Ele tem uma tela bem superior, acabamento mais refinado, melhor desempenho em jogos, suporte mais longo e recursos de inteligência artificial que fazem a diferença no uso do dia a dia. É o tipo de aparelho que pode te acompanhar por mais tempo sem dar dor de cabeça.
Por outro lado, o Moto G75 ainda é uma boa escolha para quem quer um celular resistente, com boa bateria, carregamento rápido e um sistema mais leve. Se você encontrar ele com um desconto generoso abaixo de R$ 1.500, aí sim ele vira uma compra inteligente.
Mas se a diferença de preço for pequena, como está hoje, vale investir no Galaxy A36, ele entrega mais por praticamente o mesmo valor.
