Quem olha para o céu em uma noite limpa pode nem imaginar que, desde 1998, existe um gigantesco laboratório viajando acima de nossas cabeças. Essa é a Estação Espacial Internacional (ISS), um projeto que uniu diferentes países e que se tornou a casa de centenas de astronautas ao longo das últimas décadas. Mas uma dúvida vem ganhando força: será que a ISS vai mesmo acabar?

A resposta é sim. Assim como tudo na vida, a estação tem um prazo de vida útil. A previsão da NASA é que ela seja aposentada em 2030. O motivo é simples: manter a ISS em funcionamento custa caro, e muitos de seus módulos já estão ficando ultrapassados, já que foram construídos ainda nos anos 80 e 90.

O que vai acontecer com a ISS?

A NASA chegou a considerar alternativas, como deixá-la "parada" em órbita ou até mesmo desmontá-la peça por peça. Mas ambas as opções são caras e arriscadas. A saída mais viável será retirar a estação de órbita. Quando isso acontecer, grande parte da estrutura vai se desintegrar ao entrar na atmosfera da Terra, enquanto blocos maiores devem cair no oceano.

Se por um lado a ISS se aproxima do fim, por outro abre espaço para uma nova fase da exploração espacial. A NASA já trabalha com empresas privadas para criar estações comerciais que assumam o papel de laboratório em órbita. A ideia é que, no futuro, a agência americana não mantenha mais uma estação própria, mas contrate serviços de parceiros que lançarão estruturas modernas e adaptadas para novas missões.

Como funciona a ISS hoje

Estação Espacial Internacional
Estação Espacial Internacional

Desde que foi inaugurada, a Estação Espacial Internacional já recebeu mais de 200 astronautas e contou com mais de 260 caminhadas espaciais para montagem, manutenção e melhorias. Ela pode abrigar até sete pessoas de forma fixa, mas em determinados momentos já chegou a receber mais de dez tripulantes ao mesmo tempo.

A ISS orbita a Terra a 408 quilômetros de altitude e completa 16 voltas ao redor do planeta todos os dias. Para se ter ideia da velocidade, uma espaçonave lançada da Terra pode alcançá-la em apenas quatro horas. Mas, como a estação vai perdendo altitude com o tempo, de vez em quando ela precisa de um impulsionamento para não cair antes da hora.

Como é a ISS por dentro

Para nós, que olhamos daqui de baixo, a Estação Espacial Internacional parece apenas um ponto luminoso cruzando o céu noturno. Mas lá em cima, ela é um verdadeiro complexo científico flutuante. E acredite: por dentro, a ISS parece mais um grande laboratório cheio de cabos, equipamentos e módulos interligados do que uma nave espacial de filme de ficção.

Cada parte da estação tem uma função específica. No módulo Destiny, por exemplo, os astronautas realizam pesquisas voltadas à saúde, segurança e qualidade de vida. Já o Columbus, da Agência Espacial Europeia, abriga experimentos que vão de física de fluidos até ciências dos materiais. O Japão também tem sua contribuição com o Kibo, um laboratório batizado de "esperança", onde novas tecnologias e pesquisas científicas ganham espaço.

Estação Espacial Internacional por dentro. Imagem: NASA/Reprodução
Estação Espacial Internacional por dentro. Imagem: NASA/Reprodução

Há também áreas dedicadas à observação. O módulo Cúpula talvez seja o espaço mais fascinante da estação: uma espécie de mirante com janelas panorâmicas que permitem acompanhar operações externas e, claro, admirar a Terra em toda sua beleza. É de lá que os astronautas registram muitas das imagens que vemos do planeta.

Além disso, a ISS tem módulos de suporte, armazenamento e até um habitat inflável chamado Beam, que pode ser expandido no espaço para aumentar o conforto dos tripulantes. Já os russos contribuíram com o Zvezda, responsável por sistemas vitais como energia, propulsão e controle da estação.

Módulo russo Zvezda. Imagem: NASA/Reprodução
Módulo russo Zvezda. Imagem: NASA/Reprodução

Mas a estação não funciona sozinha: naves como a Dragon, da SpaceX, e a Cygnus, da Northrop Grumman, se acoplam regularmente à ISS para levar suprimentos, equipamentos e até novos astronautas. Tudo isso para que a estrutura continue funcionando e contribuindo para a ciência.

De qualquer forma, o fim da ISS não significa o fim das descobertas científicas que foram realizadas por meio dela. Pelo contrário: abre caminho para que novas estações, mais modernas e sustentáveis, levem a ciência ainda mais longe.