Assim como uma foto de um objeto pode nos enganar quanto a sua aparência, a gravidade pode fazer o mesmo ao tentar fotografar galáxias distantes com telescópios. Em uma foto do Telescópio Espacial Hubble publicada pela Agência Espacial Europeia no dia 9 de agosto de 2021 há um anel de luz com quatro pontos brilhantes em seu contorno e dois pontos difusos no meio. Trata-se de um "anel de Einstein" e sua aparência pode enganar muitos.

Os quatro pontos brilhantes na imagem abaixo na verdade são um mesmo objeto, um quasar, onde a luz foi ampliada e multiplicada pela gravidade de duas galáxias no centro. Além disso, de acordo com dados do Hubble, pode haver ainda uma quinta imagem no quasar situada no meio do anel que não pode ser vista a olho nu. Trata-se da mesma ilusão, um fenômeno conhecido como "lente gravitacional".

Imagem do Hubble de um anel de Einstein lançada em agosto de 2021. Fonte: ESA
Imagem do Hubble de um anel de Einstein lançada em agosto de 2021. Fonte: ESA

O que é a lente gravitacional?

Em 1936, em uma carta escrita por Einstein, havia a descrição de um fenômeno de deformação da luz de uma estrela em um anel devido a gravidade de uma outra estrela. No texto o cientista diz:

"É claro que não há esperança de observar esse fenômeno diretamente."

Hoje os astrônomos estudam os anéis ilusórios que levam o nome de Einstein para explicar sua própria teoria, pois embora na época não houvesse tecnologia suficiente para comprová-la, hoje a engenharia e a ciência tornaram isso possível.

Anéis de Einstein podem conter quasares e outros objetos dinâmicos como supernovas, proporcionando diferentes maneiras de se investigar a chamada "Tensão de Hubble", que surge devido ao fato de haver diferentes métodos para se medir a taxa de expansão do universo, onde cada um deles dá uma resposta diferente quando se utiliza a relatividade geral para modelá-los.