Albert Einstein ainda continua a nos ensinar, há cem anos, na sua teoria da relatividade, previu a existência de um lado negro do cosmos. O observatório Ligo, dos estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira, a descoberta das ondas gravitacionais. A notícia foi publicada na revista científica "Physical Review Letters" e divulgada simultaneamente nos EUA.

"Nós detectamos ondas gravitacionais. Nós conseguimos", afirmou David Reitze, diretor do projeto, em uma entrevista coletiva na manhã desta quinta, em Washington.

Depois de captarem o sinal da onda gravitacional, os cientistas disseram que o converteram em ondas de áudio e conseguiram escutar os sons dos dois buracos negros se fundindo.

As ondas gravitacionais são pequenas ondulações provocadas no tecido do espaço-tempo quando um corpo com massa é acelerado. Elas podem ser comparadas às ondas que se formam na água após o arremesso de uma pedra.

Quando uma onda gravitacional passa, o esmagamento e alongamento do espaço faz com que esses braços, de forma alternada, se alonguem e se encolham, um ficando mais longos, enquanto o outro fica mais curto e vice-versa. À medida que o braço muda seu comprimento, o raio de laser demora um tempo diferente para viajar. Isso significa que os dois raios não estão em sincronia e que houve uma interferência no padrão, por isso o nome interferômetro.

"É a primeira detecção direta das ondas gravitacionais e abre um novo capítulo na astronomia", declarou o cientista italiano Fulvio Ricci, coordenador do "Virgo". Previstas há um século por Einstein, as ondas gravitacionais são ondulações no tecido do espaço-tempo provocadas por eventos cósmicos violentos, como quando se atira uma pedra em uma lagoa.

A primeira vez que um sinal foi descoberto, este que confirma a existência das ondas gravitacionais foi detectado pelo Ligo em 14 de setembro de 2015, dentro de uma janela de apenas 10 milissegundos, na Europa, pelo italiano Marco Drago, enquanto se encontrava na cidade alemã de Hannover.

A descoberta divulgada, é a forte concorrente ao prêmio Nobel de Física de 2016.