De acordo com um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, já é possível gerar correntes elétricas e voltagem através do movimento dos órgãos. Isso é possível devido a um dispositivo criado com nanotecnologia que se aproveita da força mecânica do movimento feito pelo corpo.

A pesquisa mencionada acima está sendo conduzida pelo professor Ehud Gazit da Escola Shmunis de Biomedicina e Pesquisa do Câncer da Wise Faculty of Life Sciences, pelo Departamento de Ciência e Engenharia de Materiais da Faculdade de Engenharia Fleischman e pelo Centro de Nanociência e Nanotecnologia, junto com seu laboratório equipe, Dr. Santu Bera e Dr. Wei Ji. O estudo utilizou nanotecnologia e utilizou um material biológico novo que é extremamente forte, parecido com o colágeno. Sua vantagem consiste em ser um material atóxico e não causar danos aos tecidos do corpo.

Professor Ehud Gazit da Escola Shmunis de Biomedicina e Pesquisa do Câncer da Wise Faculty of Life Sciences. Fonte: Universidade de Tel Aviv
Professor Ehud Gazit da Escola Shmunis de Biomedicina e Pesquisa do Câncer da Wise Faculty of Life Sciences. Fonte: Universidade de Tel Aviv

Acredita-se que com a pesquisa, será possível gerar energia de forma limpa através do movimento do corpo para alimentar dispositivos médicos implantados no paciente. Desta forma, não seria mais necessário utilizar baterias para alimentar dispositivos de monitoramento ou auxílio da saúde.

Como funciona

Para saber se realmente funcionaria a teoria pensada pelos pesquisadores, a equipe de cientistas desenvolveu estruturas nanométricas e aplicou pressão mecânica sobre elas. Quando a pressão era aplicada, o material criava correntes elétricas e voltagem, confirmando a ideia pensada anteriormente. Além disso, também foi descoberto que essas estruturas criadas possuem um grande nível de capacidade piezoelétrica, chegando a equiparar ou até superior os materiais piezoelétricos normalmente utilizados no mercado.

Imagem ilustrativa de baterias de dispositivos médicos. Fonte: jpost
Imagem ilustrativa de baterias de dispositivos médicos. Fonte: jpost

O professor Ehud Gazit, responsável pelo projeto do estudo, diz:

"A maioria dos materiais piezoelétricos que conhecemos hoje são materiais tóxicos à base de chumbo, ou polímeros, o que significa que eles não são amigos do ambiente e do corpo humano. Nosso novo material, no entanto, é completamente biológico e, portanto, adequado para uso dentro do corpo. Por exemplo, um dispositivo feito deste material pode substituir uma bateria que fornece energia para implantes como marca-passos, embora devesse ser substituído de vez em quando. Os movimentos do corpo - como batimentos cardíacos, movimentos da mandíbula, evacuações ou qualquer outro movimento que ocorra no corpo regularmente - irão carregar o dispositivo com eletricidade, que ativará continuamente o implante."

Quais são os planos futuros para a pesquisa?

De acordo com a equipe, o plano é continuar os testes utilizando a cristalografia e os métodos de mecânica quântica computacional para que se consiga compreender com detalhes o comportamento piezoelétrico do material. Com isso, será possível conseguir uma engenharia precisa de cristais para a construção de dispositivos biomédicos.

Onde será possível utilizar estes novos dispositivos?

Com o dispositivo capaz de gerar eletricidade através do movimento do corpo, será possível substituir as baterias utilizadas em aparelhos médicos como, por exemplo, o marca-passo. Ao invés de utilizar uma fonte externa de energia, será possível carregar os dispositivos através de movimentos normalmente feitos pelo corpo como, por exemplo, batimentos cardíacos, movimentos da mandíbula, entre outros.

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