Após polêmicas envolvendo Elon Musk fumando maconha durante o programa de Joe Rogan, um podcast, a NASA surpreendentemente irá mandar amostrar de Cannabis ruderalis pela SpaceX para a Estação Espacial Internacional. A Cannabis ruderalis não é a conhecida como maconha (Cannabis Sativa), se trata do cânhamo, um parente com baixo índice de THC, mas que mantém outras substâncias diversas importantes para pesquisas e usos medicinais, como o canabidiol (CBD), um de outros 120 canabinoides até então identificados na Cannabis.

Explicando por partes, Elon Musk, o nome por trás da Tesla e do programa espacial SpaceX, foi o centro de polêmicas envolvendo sua participação no programa de Joe Rogan, no qual ele fumou um cigarro de maconha ao vivo. Ele estava na Califórnia, estado onde o uso recreativo da planta é legalizado, porém sua atitude culminou em uma cadeia de eventos que resultaram em uma auditoria por parte da NASA sobre a SpaceX, questionando a "cultura corporativa" da empresa e implicando em investigações sobre comportamento e possível uso de drogas por parte dos funcionários.

Independentemente se foi exagero ou não por parte da NASA, ironicamente a mesma agência espacial agora usará a SpaceX para levar amostras de Cannabis ruderalis para a Estação Espacial Internacional. Novamente, não se trata da Cannabis especificamente usada como a conhecida maconha, mas sim de uma variação da mesma espécie, com menor índice de THC, conhecida como cânhamo. Essa planta, inclusive, foi utilizada ao longo de milênios de anos para múltiplos usos, desde fabricação de tecidos, cordas, chás e também fazendo parte da alimentação humana e de animais. O cânhamo tem uma facilidade muito maior de crescer em comparação as demais Cannabis, sem depender muito de temperaturas e épocas do ano.

O projeto de pesquisa é da empresa Front Range Biosciences, que busca estudar o crescimento de diversas espécies de plantas em ambientes com microgravidade. Eles vão mandar no próximo voo da SpaceX um experimento, aprovado pela NASA, com culturas de células de cânhamo e café. A missão CRS-20 voará em março de 2020. Depois de acomodadas, as culturas serão observadas por 30 dias, depois trazidas de volta. 480 amostras serão examinadas para determinar os efeitos da microgravidade e radiação ambiental no DNA das duas plantas, o que ajudará a saber se será possível plantar cânhamo e -mais importante- café no espaço.