Essa notícia deveria estar na capa de todo jornal e site de notícia nesta semana. Pesquisadores apresentaram em São Paulo um medicamento inédito, chamado polilaminina, que pode abrir caminho para reverter lesões na medula espinhal, algo que a ciência nunca conseguiu antes de forma efetiva. A descoberta nasceu de mais de duas décadas de pesquisa liderada pela professora doutora Tatiana Coelho de Sampaio, da UFRJ.

Resultados da polilaminina já impressionam

Conforme explicou em reportagem da Folha de S. Paulo, a doutuora deixou claro que o ponto de partida foi a placenta humana, de onde se extrai uma proteína chamada laminina, capaz de estimular neurônios que já não deveriam mais se regenerar. A partir dela, os cientistas chegaram ao novo composto, que mostrou resultados impressionantes em testes iniciais.

Coletiva de imprensa realizada nesta semana sobre o medicamento polilaminina. Imagem: Reprodução
Coletiva de imprensa realizada nesta semana sobre o medicamento polilaminina. Imagem: Reprodução

Nos estudos, pacientes que haviam perdido os movimentos por acidentes graves voltaram a andar, recuperar a sensibilidade e retomar suas rotinas. O caso do atleta paralímpico Bruno Drummond de Freitas chamou atenção: tetraplégico após um acidente de trânsito, ele recebeu o medicamento ainda nas primeiras 24 horas e, em apenas cinco meses, estava completamente recuperado, sem sequelas.

Outro exemplo é o da jogadora de rugby Hawanna Cruz Ribeiro, que conseguiu recuperar até 70% dos movimentos do tronco após ter ficado tetraplégica em 2017.

Os resultados também foram confirmados em testes com animais: cães voltaram a caminhar mesmo após a ruptura da medula, e ratos mostraram melhora em apenas 24 horas. O medicamento já está sendo produzido pelo laboratório Cristália, que aguarda a autorização da Anvisa para ampliar os estudos clínicos em humanos.

Ainda é preciso cautela

Apesar do entusiasmo, especialistas ainda pedem cautela. A Anvisa lembra que os dados ainda estão em análise e que é cedo para falar em eficácia comprovada. Por enquanto, a expectativa é que os testes em larga escala comecem em breve, com prioridade para pacientes que sofreram lesões recentes.

Se os próximos passos confirmarem o que os resultados iniciais indicam, o Brasil poderá entrar para a história da medicina com um tratamento capaz de devolver movimentos a quem já tinha perdido a esperança.

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