O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o fim da chamada "isenção de minimis". Com isso, todas as compras internacionais vão ser taxadas pela alfândega norte-americana. A medida, que pode ser comparada a nossa "taxa das blusinhas", foi acompanhada de uma ordem executiva que oficializa a aplicação de uma tarifa total de 50% sobre produtos brasileiros.

Fim da "taxa das blusinhas" nos EUA

Taxação deve afetar o crescimento de varejistas chinesas no país, como a Temu
Taxação deve afetar o crescimento de varejistas chinesas no país, como a Temu

Segundo o texto publicado pela Casa Branca, todos os pacotes internacionais com valor de até US$ 800 serão submetidos a "todas as tarifas aplicáveis" a partir de 29 de agosto. Vale lembrar que a medida já era válida para compras vindas da China, mas agora ela passa a valer para importações de qualquer país do mundo.

No texto, o governo revelou que há algumas exceções. Por exemplo, turistas americanos que voltam de viagem podem entrar no país com até US$ 200 em itens pessoais. Os chamados "presentes legítimos" também serão isentos se o valor for abaixo de US$ 100.

Com o fim da "isenção de minimis", as compras internacionais que chegarem aos EUA ficam sujeitas a duas opções: uma tarifa equivalente ao país de origem ou uma taxa fixa entre US$ 80 e US$ 200, mas essa última opção só será válida por seis meses.

Trump oficializa tarifa de 50% sobre produtos brasileiros

Trump oficializa taxação de 50% sobre produtos brasileiros
Trump oficializa taxação de 50% sobre produtos brasileiros

O presidente Donald Trump também oficializou uma tarifa total de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que já havia sido anunciada há algumas semanas, foi justificada como resposta a uma "ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, política externa e economia norte-americana", incluindo "ataques contínuos" do judiciário brasileiro contra as big techs do país.

Segundo o comunicado emitido pela Casa Branca, a decisão foi tomada com base na "Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional", visando "políticas e ações" do governo brasileiro que, na visão dos EUA, prejudicam empresas e cidadãos norte-americanos.

O texto também cita diretamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), classificando todo o processo como uma "perseguição politicamente motivada" e acusando as autoridades brasileiras de cometer "abusos graves de direitos humanos".

O presidente americano ainda acusa o ministro Alexandre de Moraes de "coagir arbitrariamente empresas dos EUA a censurar discurso político, entregar dados de usuários e alterar políticas de moderação de conteúdo sob ameaça de multas, processos criminais, congelamento de ativos ou expulsão do mercado brasileiro".

Por fim, a Casa Branca declarou que a medida também busca "preservar e proteger a liberdade de expressão" de cidadãos americanos e "defender empresas dos EUA de censura forçada".

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