Introdução

As recentes mudanças no mundo do trabalho no que se refere à introdução de novas tecnologias da informação e da comunicação  vêm exigindo cada vez mais uma adequação e uma transformação nos processos de trabalho de forma que as equipes possam dividir tarefas e tornar-se mais interdisciplinares.

Em seu trabalho sobre desmaterialização e trabalho, Marques (1999) desenvolve os conceitos de informacionalização ou desmaterialização da economia que se resume no aumento constante da quantidade de trabalho sobre a informação em relação à quantidade  de trabalho sobre a matéria.

Quanto mais informacionalizada estiver a produção, tantos mais cortes haverá sobre papel, sobre telas, com mouses, teclados e scans, ou na rede entre os computadores. Quanto mais informacionalizada estiver a produção (e o consumo), tanto mais trabalho de concepção e projeto, de programação, de planejamento, de construção desse corte sob forma latente, potencial e virtual (diz-se desmaterializada)  haverá antes que, em algum lugar do planeta, a ferramenta de uma máquina operatriz automática encontre fisicamente uma chapa num corte manifesto, real e atual , sobre a ‘matéria’”. (Marques, 1999: 202)

Duas conseqüências surgem dessa desmaterialização da economia: mudam as relações das pessoas com a natureza e das pessoas entre si. Com relação à primeira, verificamos que o trabalho industrial e agrícola deslocou-se, e em muito, em direção à concepção (incluindo o marketing) e projeto dos produtos e processos. Com relação à segunda conseqüência, houve a perda da nitidez da separação entre fábrica e escritório, entre concepção e execução das tarefas industriais. E isso trouxe uma conseqüência final que é a perda da empregabilidade para o operário tradicional.

Na economia intensamente informacionalizada, assim como o tomate natural não é competitivo, o operário tradicional não tem empregabilidade. Ambos estão condenados. Junto com a nova natureza, um novo humano será forjado". (Marques, 1999:207)

Um dos aspectos decorrentes deste cenário é uma enorme pressão sobre o sistema educacional, no sentido do aumento do nível de educação e capacitação profissional de toda a população, assim como a permanente atualização dos profissionais a fim de dar conta das contínuas mudanças no mundo do trabalho e das relações sociais. Nesse contexto, a educação a distância online mostra-se como uma possibilidade de resposta à esta demanda.

O Que Mudou na Educação a Distância

As principais mudanças observadas na Educação a Distância, estão relacionadas com o fato de que anteriormente ela era considerada uma atividade separada, sem relação com o sistema de educação oficial e conduzida principalmente por instituições privadas, ou ainda vista como uma atividade restrita a treinamento.

Na EAD convencional, que utiliza mídias como impressos, rádio, TV e computador desconectado da rede (standalone), o relacionamento é de um para muitos ou de um para um.

Atualmente, na Educação a Distância via WEB, a principal mudança está na possibilidade de interação em tempo real, independentemente da localização física dos participantes do grupo.

Cabe ressaltar que vários métodos desenvolvidos e utilizados para a EAD via Web, vêm sendo aproveitados como apoio ao ensino presencial. As plataformas de gerenciamento de cursos online também se aplicam ao gerenciamento do trabalho colaborativo dos alunos, criando-se, assim, o ensino semi-presencial; um híbrido de ensino a distância e ensino presencial (Haguenauer, 2000).

O Artigo acima é mostrando praticamente como se deu a evolução do EaD ocorreu e o que mudou nela ao passar do tempo. Todas as experiências citadas neste artigo são da LATEC/UFRJ.