Se é verdade que as melhores tecnologias surgem na ficção, a Realidade Aumentada já nasce com uma apresentação invejável, pois pode ser percebida, por exemplo, na visão de robô de Arnold Schwarzenegger, em “O Exterminador do Futuro” (1984), e no “Homem de Ferro” (2008) de Robert Downey Jr. E tanta imaginação não demoraria a chegar à vida real, o que faz da Realidade Aumentada um dos campos mais vibrantes e promissores da Realidade Virtual.

Mas o que faz a Realidade Aumentada? Simples: é uma tecnologia que combina as imagens percebidas do mundo real com informações elaboradas na computação gráfica, criando uma nova percepção de realidade. E essa combinação só foi possível graças aos avanços nas tecnologias de reconhecimento de imagem e da própria computação gráfica, aliadas a sistemas de georreferência e ao surgimento de processadores mais poderosos, de telas mais finas e de câmeras mais leves e de alta resolução.

A tecnologia tem aberto diversas frentes de pesquisa. Uma delas é o estudo de interfaces. O engenheiro, doutor e professor Romero Tori tem se dedicado à pesquisa em inovações no Design de Interação usando Realidade Aumentada. “É um campo de pesquisas que se caracteriza pela multidisciplinaridade, pois combina conhecimentos de design com os de computação”, explica.

Tori, que atualmente orienta três estudantes de graduação em projetos de iniciação científica, tem trabalhos publicados sobre Realidade Aumentada em engenharia e em educação a distância.

Educação a distância


Uma vez que se perceba o alcance da Realidade Aumentada, é difícil encontrar um campo em que a tecnologia não possa ter uma contribuição decisiva. A educação a distância, por exemplo, é uma das áreas que pode ser beneficiada; especialmente agora, com a possibilidade de utilização de hardware, sistemas e componentes de baixo custo.

Um dos projetos que teve a participação de Tori, o VIDA, propõe o emprego da Realidade Aumentada na manipulação de corpos humanos em aulas de anatomia. Os sistemas, com interfaces avançadas, permitem que os alunos interajam com objetos 3D e simulem experiências reais. A vantagem é que os procedimentos podem ser repetidos inúmeras vezes, de diversas formas, tanto em cursos presenciais como a distância.

“Com a Realidade Aumentada é possível melhorar o envolvimento do aluno na educação a distância”, aposta Tori. “Pois eles poderão manipular os objetos no ar, como um holograma.” Seu trabalho consiste justamente em oferecer tais ambientes com base em equipamentos mais baratos.

“Equipar salas de aula com equipamentos que custam milhares de dólares por aluno pode ser inviável, mas acreditamos que é possível obter bons resultados usando técnicas 3D mais simples, usando até os óculos com lentes azuis e vermelhas para obter o efeito anaglifo”, explica.