Na última quinta-feira (22), a organização sem fins lucrativos China Labor Watch denunciou uma fábrica que presta serviço para a Apple na China. De acordo com a denúncia, a fábrica não está oferecendo condições aceitáveis para os seus funcionários, sendo que eles são obrigados a ficarem em dormitórios superlotados. O local, inclusive, estaria cheio de mofo e insetos.

Toda a investigação ocorreu em sigilo, e a fábrica de iPhones fica localizada na cidade de Xangai. Ela é operada pela taiwanesa Pegatron Group. O levantamento ainda aponta violações de direitos trabalhistas, legais e éticos.

"Persistem os baixos salários, as longas jornadas, o trabalho não remunerado, as medidas de segurança precárias e as condições de vida desprezíveis", diz o relatório da investigação.

A ONG diz que os operários da fábrica de iPhones recebem apenas um salário mínimo local, o equivalente a US$ 318 ao mês. "Depois de suas longas jornadas, os trabalhadores pegam um ônibus que em meia hora os leva aos seus dormitórios, onde até 14 pessoas dormem confinadas em um único quarto. O mofo cresce sem controle nas paredes e as camas estão cheias de percevejos. Muitos funcionários estão cobertos de picadas vermelhas", aponta o relatório.

De acordo com o relatório, a saúde e a segurança são os pontos mais preocupantes, já que a fábrica usa muitas substâncias tóxicas, como mercúrio e arsênico. A ONG citou também 23 violações que dizem respeito desde a falta de treinamento a equipamentos que não oferecem a mínima segurança. "Ninguém diz aos trabalhadores nada sobre a localização desta ou daquela substância no processo de produção ou como fazer para se proteger de sair ferido", diz.

Um primeiro relatório sobre as péssimas condições de trabalho da fábrica havia sido feito em 2013, porém, de acordo com a ONG, de lá para cá, pouco mudou. O documento apontou apenas algumas "melhorias limitadas".