A Symantec, fabricante de antivírus, divulgou uma análise sobre o vírus denominado "Wifatch". Ele possui a capacidade de infectar dispositivos da "internet das coisas", como câmeras IP e ainda equipamentos de rede. Porém, ao contrário do normal esperado de um vírus, ele não é malicioso, mas sim, ele é capaz de ajustar o dispositivo infectado e melhorar a sua segurança.

O vírus foi identificado pela primeira vez em novembro de 2014 por um pesquisador independente. Porém, somente nesta semana a Symantec esclareceu dados sobre a propagação do código. Somente no Brasil, de acordo com a empresa, são milhares de dispositivos infectados, tanto que o país é o segundo no número de infecções, com 16% dos casos. A China aparece em primeiro lugar, com 32%. Na terceira posição aparecem empatados o México e a Índia, ambos com 9%.

O Wifatch é capaz de receber atualizações através de uma rede ponto a ponto (P2P) que é formada pelos dispositivos infectados. Ainda não se sabe se o responsável pela praga não modifique as intenções do malware, porém, até então, isso não ocorreu. Além, disso, para reforçar a segurança do programa foi implantada assinaturas criptográficas, o que impede que pessoas enviem comandos para a praga.

O vírus pode atacar dispositivos com sistemas Linux de vários processadores diferentes, já que é transmitido em forma de código Perl.

Não existem muitas informações sobre a localidade das conexões P2P realizadas para as atualizações. A partir disso seria possível descobrir a localização do criador ou criadores do vírus. Porém, a Symantec, ao analisar o código-fonte do vírus, descobriu a mensagem:

"Para qualquer agente da NSA ou do FBI que esteja lendo isso: por favor considerem  que defender a Constituição dos Estados Unidos da América de qualquer inimigo (estrangeiro ou doméstico) exige que vocês sigam o exemplo de Snowden."

A empresa afirmou que irá ficar atento ao "Wifatch, em suas atividades e no criador misterioso".