A tal descoberta foi publicada nesta última quinta-feira, 27 de novembro, na revista Nature e foi feita por um grupo internacional de pesquisadores embasados em dados fornecidos por dois satélites da Agência Espacial Norte Americana - NASA.

O professor da Universidade de Colorado, nos Estados Unidos, Daniel Baker, compara o "Escudo Invisível" ao filme de ficção científica Star Trek, onde ele diz o seguinte:

"O Escudo Invisível encontrado, é mais ou menos como as defesas criadas por campos de forças no Star Trek para proteger contra armas alienígenas, só que neste caso, o escudo protege a Terra contra a radiação concentrada de elétrons".

O escudo foi descoberto em torno do Equador, a milhares de quilômetros da superfície da Terra, em uma região conhecida como "cinturão Van Allen", onde dois anéis de radiação são formados pela interação entre o campo magnético da Terra e a chuva de partículas de alta energia que jorra constantemente do Sol.

Em 2013, o professor Baker liderou uma equipe que utilizou as sondas gêmeas Van Allen para descobrir uma terceira camada localizada entre as camadas interior e exterior do cinturão de Van Allen e segundo a equipe do professor, o "anel de proteção" aparece e desaparece de acordo com as condições do espaço. Ainda de acordo com o professor Baker, o fenômeno é algo intrigante, pois é como se os elétrons fossem contra uma parede de vidro.

Os autores do estudo denominam o campo de força que protege o planeta como o "assobio plasmasférico", ou seja, ondas eletromagnéticas de frequência muito baixa na camada mais alta da atmosfera terrestre.

Ainda em relação ao assunto, o professor diz que: "A natureza abomina gradientes fortes e geralmente encontra uma forma de suavizar, então esperávamos assistir a uma parte de elétrons carregados a mover-se para dentro e outro para fora... não é óbvia a forma como os processos lentos e graduais envolvidos no movimento destas partículas conspiram para criar uma barreira tão afiada e persistente nesta localização do Espaço".

Há também a possibilidade de outro cenário ser o responsável por esse escudo protetor da Terra, onde as camadas de gás frio eletricamente carregado que está localizado a 960 km da superfície da Terra expelir esses elétrons por via de ondas electromagnéticas de baixa frequência, causando assim o tal "assobio". Baker destaca que esse "assobio" quando reproduzido em colunas de som, mais parece um ruído "branco".

Para John Foster, diretor do Observatório Haystack do MIT, o fenômeno é algo realmente incrível onde ele explica dizendo que: "A descoberta é algo incrível e muito raro, pois se colocarmos uma estação espacial ou um satélite em órbita do lado de dentro desta barreira impermeável, podemos esperar que elas tenham vida útil maior do que a normal".