Após 10 anos do grave acidente de Alcântara que vitimou 21 pessoas e deixou um vácuo no setor, o Brasil busca lançar o seu primeiro foguete. Pontualmente as 13h26, do dia 22 de agosto de 2003, o primeiro foguete produzido no Brasil explodiu em pleno lançamento. De acordo com o coordenador do curso de engenharia aeronáutica da Universidade de São Paulo - USP, Fernando Martini Catalano, declarou que: "No desastre em Alcântara, nós acabamos perdendo praticamente toda a força de recursos humanos especializada que existia na época e isso é muito difícil de repor", Lamentou Catalano.

A falha do acionamento do terceiro protótipo do VLS-1, com combustão intempestiva do primeiro estágio foi às causas do grave acidente.

Para Catalano a falta de investimento e de pessoal qualificado é o que atrapalham a decolagem de um plano que possui mais de 50 anos, aonde ainda declarou dizendo que: "O investimento é muito menor comparado a outros países emergentes como a Índia, que possui foguetes próprios e possui tecnologia de motor a foguete líquido".

Mesmo com tanta demora neste projeto e com o gravíssimo acidente de Alcântara, o Brasil continua sendo um país estratégico no ponto de vista espacial, sendo o nosso país um território localizado em uma área propícia para o lançamento de foguetes, além de apresentar ótimas condições de produção de foguetes e satélites, mas continua não sendo competitivo.

Em 2009, um estudo sobre a política espacial brasileira foi analisada, sendo que o levantamento resultou em mais de 500 páginas e no Projeto de Lei nº 7526 do então deputado federal Rodrigo Rollemberg - PSDB - DF, hoje senador.

O PL 7526 propõe que seja criado o programa de apoio ao desenvolvimento tecnológico da indústria espacial - Padie, e que seja criada medida de incentivo a inovação, a pesquisa científica e tecnológica no setor espacial. Mas vale salientar que a proposição ainda não entrou em pauta na Câmara.

Dias após o acidente de Alcântara, um grupo de especialistas russo, sugeriram inúmeras modificações para assim elevar a segurança e confiabilidade, que foram aceitas, sendo que as alterações já foram implementadas.

Outro ponto forte que limita a competitividade brasileira no setor espacial é o acesso a tecnologia produzida em países líderes do setor, pois o Brasil ainda sofre com o cerceamento de acesso as tecnologias na área espacial, bem como combustíveis, colocação em órbita de satélites de maior porte e o próprio lançamento de foguetes.

Já para Paulo Motta, coordenador de articulação do Centro de Estudos e debates da Câmara dos Deputados, tudo isso faz com que o Brasil sofra com as dificuldades de acesso, mas para ele, há uma grande expectativa de que muito em breve, em poucos anos, o Brasil lance o foguete VLS-30 e outros que estão sendo produzidos.