Após a visita oficial do presidente Lula à China, o Brasil tenta dar um passo inédito no seu programa espacial: realizar o primeiro lançamento conjunto de satélite com os chineses diretamente da Base de Alcântara, no Maranhão. A proposta foi discutida em reuniões de alto nível e mira eliminar restrições que hoje impedem esse tipo de operação no território brasileiro.

A cooperação espacial entre Brasil e China começou em 1988 e já gerou frutos importantes, como os satélites da série CBERS, que monitoram o uso da terra, queimadas, desmatamento e outras questões ambientais. Agora, os países querem ampliar essa parceria com duas novas missões: o CBERS-6, previsto para 2028, e o CBERS-5, para 2030.

Base de Alcântara

A ideia é lançar os satélites diretamente do Brasil, algo que nunca foi feito até hoje em colaboração com os chineses. O lançamento do CBERS-5, inclusive, promete ser histórico por que ele será o primeiro satélite sino-brasileiro em órbita geoestacionária, com foco na observação climática.

Já o CBERS-6 virá equipado com um radar avançado de tecnologia chinesa, capaz de captar dados mesmo com nuvens ou à noite, oferecendo monitoramento em tempo real em qualquer condição do tempo.

Vai dar certo?

Apesar da proposta, ainda há entraves técnicos e políticos a superar. A China mantém restrições sobre lançamentos em territórios estrangeiros por questões de segurança e tecnologia sensível. A diplomacia brasileira tenta convencer os parceiros asiáticos a flexibilizarem essas normas, o que abriria uma nova era para a Base de Alcântara.

Para quem não sabe, a base brasileira é considerada uma das melhores localizações do mundo para lançamentos por estar próxima da linha do Equador. Se avançar, o projeto pode colocar o Brasil em posição estratégica no setor aeroespacial, impulsionar empregos altamente qualificados e atrair novos investimentos para o programa espacial nacional.

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