A Americanas, famosa rede de lojas do varejo brasileiro, foi manchete nos principais portais do país após a descoberta de um rombo de R$ 43 bilhões. O buraco é tão grande que, segundo especialistas, dificilmente será revertido. Assim, a empresa deve se juntar a outras grandes companhias que precisaram sair de cena. Relembre abaixo algumas empresas que faliram ou deixaram o mercado brasileiro nos últimos anos.

Ricardo Eletro

Ricardo Nunes, antigo dono da Ricardo Eletro, hoje é coach e dá palestras sobre empreendedorismo. (Reprodução/Ricardo Eletro)
Ricardo Nunes, antigo dono da Ricardo Eletro, hoje é coach e dá palestras sobre empreendedorismo. (Reprodução/Ricardo Eletro)

A Ricardo Eletro já foi uma gigante do varejo, com mais de 1.200 lojas, faturamento de R$ 9,5 bilhões e 28 mil funcionários. A empresa começou a enfrentar dificuldades em 2015 e a situação se agravou quando o fundador, Ricardo Nunes, deixou a empresa em 2019. Em junho de 2020, Nunes foi denunciado por suspeita de sonegação de R$ 86 milhões. A Justiça de São Paulo decretou, então, a falência da companhia. Hoje, com apenas 40 funcionários, o atual presidente Pedro Bianchi tenta reerguer a empresa através do seu e-commerce.

Oi

Clientes do Oi Móvel foram transferidos para as outras operadoras do país, como Claro, TIM e Vivo (Reprodução)
Clientes do Oi Móvel foram transferidos para as outras operadoras do país, como Claro, TIM e Vivo (Reprodução)

A Oi foi uma das maiores empresas de telefonia do Brasil, mas teve seu fim decretado em 2020. A telefonia móvel da Oi foi vendida para as concorrentes, Tim, Vivo e Claro. Porém, só em 2022 é que o BTG Pactual adquiriu o braço de fibra ótica, a InfraCo. Em 2016, a Oi teve aprovado seu plano de recuperação judicial de R$ 65 bilhões, o maior então visto no Brasil, mas o processo ainda segue cheio de impasses e reviravoltas.

Mercedes-Benz

Pela segunda vez, Mercedes-Benz encerra operação no Brasil e vende fábrica no ABC Paulista (Reprodução/Mercedes/Benz)
Pela segunda vez, Mercedes-Benz encerra operação no Brasil e vende fábrica no ABC Paulista (Reprodução/Mercedes/Benz)

A Mercedes-Benz, famosa montadora de veículos de luxo, decidiu fechar sua fábrica de carros em Iracemápolis, no interior de São Paulo, inaugurada em 2016. No final de 2020, a empresa emitiu um comunicado citando a situação econômica no Brasil, "que tem sido difícil há muitos anos e foi agravada pela pandemia da Covid-19", além de um ajuste de produção devido à crise global de abastecimento de semicondutores. A Mercedes-Benz foi a única empresa de carros de luxo a sair do Brasil.

Sony

Sony fecha fábrica em Manaus após 48 anos no Brasil (Reprodução/Sony)
Sony fecha fábrica em Manaus após 48 anos no Brasil (Reprodução/Sony)

A Sony anunciou o encerramento de suas atividades comerciais no Brasil em março de 2021. Câmeras, smartphones da linha Xperia, TVs e equipamentos de áudio estão entre os produtos que deixaram de ser vendidos por aqui. Uma das razões para o fechamento da empresa no país fica para o volume de vendas muito abaixo das principais concorrentes de TV, como Samsung e LG. Atualmente, apenas a PlayStation — segmento de consoles e jogos da empresa — segue atuando no mercado brasileiro.

LG

LG desistiu do mercado de celulares (Reprodução/LG)
LG desistiu do mercado de celulares (Reprodução/LG)

A LG saiu de cena do mercado de smartphones e não foi só no Brasil. A empresa decidiu parar de fabricar celulares devido à competição acirrada no mercado, além de registrar quase seis anos de perdas financeiras. A empresa decidiu se concentrar em outras áreas de negócios, como componentes de veículos elétricos, dispositivos conectados, casas inteligentes, robótica, inteligência artificial e soluções business-to-business, bem como plataformas e serviços.

Cabify

Cabify deixa o Brasil durante a pandemia da Covid-19 (Reprodução/Cabify)
Cabify deixa o Brasil durante a pandemia da Covid-19 (Reprodução/Cabify)

A Cabify, famosa plataforma de transporte urbano, anunciou o encerramento das suas operações no Brasil no dia 14 de junho de 2021. Concorrente da Uber e da 99, a empresa atuava nos principais centros urbanos do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Santos e outros. Quando encerrou sua operação no país, a empresa citou a dificuldade de crescimento gerada por conta da pandemia da Covid-19.

As Lojas Americanas vai falir?

Segundo especialistas, Americanas tem grande risco de falência (Reprodução/Americanas)
Segundo especialistas, Americanas tem grande risco de falência (Reprodução/Americanas)

A Lojas Americanas não decretou estado de falência até o momento. Com a tentativa de reverter a dívida atual de R$ 43 bilhões, a empresa solicitou recuperação judicial ao governo, se tornando a 4ª maior do país. A recuperação judicial permite que empresas renegociem suas dívidas, evitando assim um processo de falência. No entanto, com uma dívida tão alta, especialistas acreditam que nem mesmo as facilidades de negociação de uma recuperação judicial são suficientes para a loja pagar suas dívidas. Então, não é possível afirmar se a Americanas vai falir ou não.

As Lojas Americanas é uma das maiores redes de lojas de departamento do Brasil, fundada em 1929 por um grupo de imigrantes americanos. Ao longo dos anos, a empresa tem investido pesado na modernização de seus produtos e serviços, a fim de se adequar às novas tendências e demandas do mercado. Hoje, são mais de 600 lojas em todo o Brasil.