O PL das Fake News, projeto de lei que cria o marco regulatório na internet, tem gerado intensas discussões sofre seu efeito na sociedade. A ideia do projeto é combater a disseminação de notícias falsas e discursos de ódio na internet e naturalmente vão afetar conteúdos criados em plataformas como Facebook, WhatsApp, TikTok e o Google. Esse útimo acaba de se pronunciar com uma campanha contra o PL das Fake News.

O que o Google diz sobre o PL das Fake News?

Empresas como o Google têm se posicionado publicamente contra a matéria, apontando preocupações em relação aos impactos que a sua aprovação poderá ter no Brasil. De acordo com o diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google no Brasil, Marcelo Lacerda, o PL das Fake News pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira na internet, piorando a qualidade da rede mundial de computadores.

Página inicial do Google exibe mensagem contra o PL das Fake News
Página inicial do Google exibe mensagem contra o PL das Fake News

Além disso, Lacerda aponta que o projeto dá amplos poderes a um órgão governamental para decidir o que os brasileiros podem ver na internet, o que pode representar uma ameaça à liberdade de expressão e ao direito à informação. O objetivo do PL 2630 é louvável, mas ele acredita que é necessário realizar discussões profundas sobre o tema, a fim de que sejam encontradas soluções que não prejudiquem a qualidade e liberdade da rede.

Reação do governo à negativa do Google

A possível campanha contra o Projeto de Lei das Fake News (PL 2630/20) gerou uma série de reações por parte de autoridades e organizações de combate à desinformação na internet. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que a pasta irá apurar as possíveis práticas abusivas das empresas de busca e redes sociais.

A denúncia veio por meio da organização Sleeping Giants Brasil, que acusou o Google de usar sua plataforma para atacar o PL e o Twitter de deslogar contas para atrapalhar a campanha.

Inclusive o Twitter tem um novo sistema onde usuários podem indicar fontes confiáveis para corrigir desinformação, conforme mostra o trecho abaixo do Tweet mencionado:

O twitter não está deslogando propositalmente contas por conta da PL. A rede social está passando por instabilidades no mundo inteiro, como noticiado pela Reuters.

Veja o tweet abaixo:

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também se manifestou, afirmando que irá pedir a abertura de um inquérito no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por possível infração contra a ordem econômica.

"Solicitarei ao Cade, cautelarmente, a remoção do conteúdo, abstenção de reiteração de práticas análogas e fixação de multa no valor máximo de 20% do faturamento bruto, além do bloqueio cautelar nas contas bancárias do Google."

Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

Segundo especialistas, essa campanha negativa do Google contra o PL das Fake News dá razão ao projeto de lei quem vem sendo discutido, já que a as big techs tem usado sua força na internet para manipular os usuários contra as afirmações do governo.

Projeto de Lei das Fake News: o que pode ser feito?

O objetivo do Projeto de Lei das Fake News (PL 2630/20) tem razões fortes para existir, especialmente depois dos diversos discursos de ódio que geraram a onda de ataques às escolas públicas no país. Entretanto, especialsitas acreditam que é necessário que se estabeleçam normas e regulamentações claras, que garantam a moderação de conteúdo na internet, sem comprometer a liberdade de expressão e o direito à informação.

As big techs, por sua vez, devem assumir a responsabilidade de identificar e remover conteúdos ilegais e prejudiciais de suas plataformas, garantindo a proteção de todos os usuários, especialmente de crianças e adolescentes. De toda forma, a disseminação de informações verdadeiras e confiáveis é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.

Fonte: Google 1 | Google 2 | Agência Brasil