Na semana passada, um engenheiro do Google acabou chamando a atenção na empresa e no mundo todo, mas não pelo seu trabalho, e sim após escrever um memorando interno. No documento, ele diz que existem causas biológicas por trás das desigualdades de gênero na indústria da tecnologia.

Segundo o engenheiro, as mulheres "preferem trabalhos em áreas sociais e artísticas" e os homens "se interessam por programação de computadores".   

O engenheiro responsável pela carta, James Damore, confirmou a sua demissão
O engenheiro responsável pela carta, James Damore, confirmou a sua demissão

O engenheiro responsável pela carta, James Damore, confirmou a sua demissão. Para a Reuters, ele informou que foi demitido por "perpetuar estereótipos de gênero".

Damore disse estar explorando todas as possíveis soluções jurídicas e que antes de ser demitido já havia submetido uma reclamação para o Conselho Nacional de Relações de Trabalho (NLRB, na sigla em inglês) acusando o seu superior no Google de tentar força-lo a se calar.  "É ilegal retaliar contra uma acusação no NLRB", disse no email.

Sundar Pichai, presidente-executivo do Google, informou em nota aos funcionários, na segunda-feira, que partes do memorando anti-diversidade "violam nosso código de conduta ao promoverem estereótipos de gênero nocivos em nosso ambiente de trabalho".

Agora, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos está avaliando se o Google realmente pagou menos a mulheres que homens. A companhia nega as acusações.

Na carta, que conta com 3 mil palavras, Damore afirma que circulou dentro da empresa na semana passada e que a  "tendência esquerdista do Google criou uma monocultura do politicamente correto" não permite uma discussão honesta sobre diversidade.

"A distribuição de preferências e habilidades de homens e mulheres difere em parte por causas biológicas e estas diferenças podem explicar porque não vemos representação igualitária de mulheres na área de tecnologia e em liderança", disse Damore na mensagem.

Durante o final de semana, a vice-presidente de diversidade do Google, Danielle Brown, enviou uma mensagem em resposta à polêmica, dizendo que o engenheiro "trouxe presunções incorretas sobre a questão de gênero".