A pirataria continua chamando a atenção de órgãos reguladores e operações policiais por todo o Brasil. Desta vez, o alvo é o mercado de jogos piratas que mesmo diante de muitas operações de fiscalização no país, continua crescendo de forma expressiva. A Polícia Civil de São Paulo anunciou a participação em uma ação nacional para combater a pirataria de jogos de videogame. Chamada de "Operação Brick", a ação visa investigar alvos dentro do estado paulista.

Operação Brick tenta conter a pirataria de jogos em SP

Com o apoio da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a operação é coordenada pela 1ª Delegacia Antipirataria, contando também com os policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), que tomarão a frente da operação para cumprir os mandados judiciais de busca e apreensão, bloqueio e suspensão de sites e exclusão de perfis em plataformas de comércio eletrônico.

Operação Brick acontece em São Paulo para conter pirataria de jogos. (Crédito: Polícia Civil de SP/Divulgação))

De acordo com o que foi reportado pelo G1, pelo menos três alvos estão no radar da operação, sendo com endereços no bairro da Penha, na Zona Leste da capital paulista, e na cidade de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. Depois da apuração de Inteligência policial, a equipe apreendeu equipamentos de computação que seriam utilizados na transmissão dos games.

A operação recebeu o nome "Brick", já que esse é um termo usado pelos jogadores quando um equipamento é inutilizado, fazendo uma ligação evidente com o objetivo principal da operação que é tornar inutilizável os equipamentos que são utilizados para a pirataria.

IPTV e jogos piratas são apenas a ponta do iceberg

Além dos jogos, os filmes, séries, livros, programas de computador e outros conteúdos também são pirateados no Brasil. Não é a toa que uma operação determinou o bloqueio do Pirate Bay nas operadoras Vivo, Claro e TIM. Outro grande alvo das operações da Receita Federal e da Anatel são os aparelhos TV Box. Responsáveis por transformar qualquer TV em uma smart TV, esses aparelhos são vistos como uma porta aberta para a pirataria, já que alguns comerciantes instalam um software modificado e que concede acesso a conteúdos restritos de assinatura, como Netflix, Disney+, HBO Max ou canais de IPTV.

Anatel apreende 9.800 produtos piratas no Mercado Livre. (Crédito: Receita Federal/Divulgação)

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) criou o Plano de Ação de Combate à Pirataria (PACP), o que resultou na apreensão de mais de 800 mil TV Box sem homologação ou com software modificado para desbloqueio de canais. De acordo com um recente relatório divulgado pela América Móvil, a popularização destas plataformas fez também a piratria triplicar no Brasil. Por essas e outras que o conselheiro da Anatel, Carlos Baigorri, considera a importância da agência ter autoridade para bloquear qualquer IP que utilize os serviços piratas.

Embora esse seja o principal problema a ser combatido no país hoje em dia, vale lembrar que o buraco é muito mais fundo do que parece. A pirataria está por toda parte, seja em produtos digitais ou não. Há algums semanas, por exemplo, a Receita Federal realizou uma operação dentro de sete depósitos do Mercado Livre, resultando na apreensão de 9.800 produtos ilegais, incluindo baterias de celular, carregadores, smartwatches e microfones sem fio.

Fonte: G1