Pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, com a ajuda do Telescópio Espacial Hubble, da NASA, detectaram uma luz infravermelha emergindo de uma região ao redor da estrela de nêutrons RX J0806.4-4123. A luz, considerada bastante misteriosa, pode indicar a existência de características nunca encontradas antes.

"Essa estrela de nêutrons pertence a um grupo de sete pulsares de raios-X próximos, apelidados de 'os Sete Magníficos', que são mais quentes do que deveriam ser, se considerarmos suas idades e reservatórios de energia disponíveis, fornecidos pela perda de energia de rotação", disse em comunicado Bettina Posselt, líder do estudo. "Observamos uma extensa área de emissão de infravermelho ao redor desta estrela, cujo tamanho total se traduz em cerca de 200 unidades astronômicas na distância presumida do pulsar".

Cientistas encontram luz misteriosa no espaço.
Cientistas encontram luz misteriosa no espaço.

Os astrônomos, através de artigo publicado no Astrophysical Journal, propuseram duas explicações para a emissão infravermelha. A primeira delas sugere a existência de um disco de material, possivelmente feito de poeira, que cerca a estrela.  "Pode haver o que é conhecido como um 'disco de retorno' de material que se aglutinou ao redor da estrela de nêutrons após a supernova", explicou Posselt. "Tal disco seria composto de matéria da estrela maciça progenitora. Sua interação subsequente com a estrela de nêutrons poderia ter aquecido o pulsar e retardado sua rotação."

A segunda hipótese é que possa existir um vento energético soprando da estrela de neutros que interage com o gás no espaço interestelar, criando a chamada "nebulosa do vento pulsar". Os ventos pulsares são gerados quando as partículas são aceleradas no campo elétrico que é produzido pela rápida rotação de estrelas de neutros com um forte campo magnético.

Os próximos passos incluem observar o pulsar em outros comprimentos de onda de luz. Os cientistas tentaram olhar através do telescópio óptico e infravermelho Gemini, que está localizado na Terra, porém, a fonte estava bastante fraca para que os estudiosos conseguissem observar o formato do disco.

Fonte: Iop