As compras em sites chineses podem mesmo mudar. A Receita Federal divulgou que, por meio de uma medida provisória, pode mesmo solicitar a cobrança de impostos em compras realizadas em plataformas online. Na semana passada, trouxemos aqui uma ação liderada por um grupo de empresas do varejo brasileiro que solicitaram ao governo a cobrança de impostos em compras online. Segundo o grupo, esses sites chineses funcionam como "camelódromos digitais".

Receita Federal deve cobrar impostos em compras da China

Liderado por Luciano Hang, dono da Havan, Alexandre Ostrowiecki, CEO da Multilaser e outros empresários, o grupo enviou uma carta ao governo solicitando a cobrança de taxas e impostos para consumidores que adquirem produtos em sites internacionais. As taxas já são cobradas normalmente pela Receita Federal quando esses produtos passam pela alfândega, porém, o grupo alega que apenas 2% desses produtos são de fato taxados.

De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, no jornal Folha de São Paulo, a medida da Receita deve impedir que empresas estrangeiras vendam para brasileiros sem pagar os impostos que as empresas brasileiras são obrigadas a pagar. Se oficializada, as compras em sites como AliExpress, Shopee, Wish, Shein e até o Mercado Livre devem se tornar menos atraentes para o público brasileiro.

Parece um antijogo querer colocar o Mercado Livre nesse grupo, querendo prejudicar a nossa imagem. Ou é isso ou estão desinformados sobre quem somos

Fernando Yunes
Vice-presidente sênior do Mercado Livre no Brasil

A expressão "camelódromos digitais", ao qual o grupo se refere às plataformas de e-commerce online, reflete a ameaça dessas empresas no cenário brasileiro e que, segundo eles, representam concorrência desleal.

Vai mudar mesmo?

Desde a última sexta-feira (25), o Ministério da Economia decidiu agir e atender o pedido dos empresários brasileiros por preparar uma medida provisória sobre as compras online. Por enquanto, a pasta, chefiada por Paulo Guedes, está em análise e pode chegar a ser oficializada.

Você concorda com a mudança tributária para as plataformas internacionais? Costuma comprar no Mercado Livre, Shein, AliExpress ou Shopee?

Fonte: Folha de S. Paulo