É irônico saber que aproximadamente 70% da superfície do nosso planeta é coberta por água, mas a maior parte dela não é potável devido ao sal. A dessalinização da água através da utilização de tecnologias é de grande importância para fornecer mais água potável para locais onde o líquido próprio para beber é escasso. Duas equipes de diferentes universidades fizeram uma parceria para a colaboração em um projeto que utiliza a energia solar para realizar a dessalinização da água.

O sistema de dessalinização de multicamada mostrou uma eficiência geral de 385%

Os pesquisadores responsáveis pela nova técnica de dessalinização a partir da energia solar vem do MIT, nos EUA, e da Universidade de Shanghai Jiao Tong, na China. De acordo com os cientistas, o sistema de multicamada possui uma eficiência geral de 385%, sendo capaz de produzir até 5,78L de água limpa por metro quadrado de painéis solares, obtendo o dobro da produção de outros projetos semelhantes.

As camadas citadas acima, são compostas por uma etapa isolante, que faz com que a luz do sol seja transferida para uma camada preta de absorção de calor. Em seguida, o calor passa por diversas camadas de material absorvente, que direcionam a água para baixo. Com isso, a água contida nesta última camada evapora e chega a outra superfície, onde ela é condensada e escorre para ser coletada.

O diagrama ilustra a estrutura básica do sistema de dessalinização proposto. A luz solar passa por uma camada isolante transparente à esquerda, para aquecer um material absorvente de calor preto, que transfere o calor para uma camada de material absorvente (mostrado em azul), onde evapora e se condensa em uma superfície (cinza) e, em seguida, escorre para ser coletada como água potável e fresca. Fonte: MIT
O diagrama ilustra a estrutura básica do sistema de dessalinização proposto. A luz solar passa por uma camada isolante transparente à esquerda, para aquecer um material absorvente de calor preto, que transfere o calor para uma camada de material absorvente (mostrado em azul), onde evapora e se condensa em uma superfície (cinza) e, em seguida, escorre para ser coletada como água potável e fresca. Fonte: MIT

Segundo os pesquisadores, o maior fator responsável por essa eficiência é a forma como o calor é conservado. Ao invés do calor ser perdido para o ambiente, ele é transferido para a camada onde ocorre a evaporação. Desta forma, o sal é separado da água através do material de absorção e de maneira natural é removido. À medida que o material esfria, o sal se mistura de volta na água do mar.

O projeto desenvolvido pelo MIT em parceria com a universidade Shanghai Jiao Tong foi publicado em um artigo na revista Energy and Environmental Science.

Fonte: MIT, newatlas