Nesta segunda-feira (13) a NASA revelou que a Lua está encolhendo e sofrendo com abalos sísmicos, algo que cientistas acreditavam ter cessado há cerca de 1,2 bilhão de anos. Segundo a agência espacial norte-americana, isso ocorre por conta do resfriamento interno do satélite.

A diminuição da temperatura interna da Lua faz com que ela encolha. Como sua superfície já é originalmente quebradiça, formam-se "falhas de pressão" conforme ocorre o encolhimento. Essas falhas, por sua vez, causam os terremotos chamados de "Moonquakes" pela NASA.

O asterisco representa o local de pouso do Apollo 17. Já os números 1 e 3 mostram deslizamentos de terra em locais distintos, enquanto o 2 mostra pedregulhos que rolaram pela superfície lunar.
O asterisco representa o local de pouso do Apollo 17. Já os números 1 e 3 mostram deslizamentos de terra em locais distintos, enquanto o 2 mostra pedregulhos que rolaram pela superfície lunar.

Segundo informações da agência espacial, nas últimas centenas de milhões de anos o satélite diminuiu 50 metros de diâmetro por conta deste fenômeno. Além disso, já era sabido que a Lua, assim como a Terra, possuía atividade sísmica. Porém, acreditava-se que a atividade lunar teria cessado há cerca de 1,2 bilhão de anos, o que foi desmentido por cientistas recentemente.

Os pesquisadores chegaram à essa conclusão após analisarem mais de 12 mil imagens registradas pela espaçonave Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), que mostraram falhas na paisagem lunar. Essas falhas são como degraus e são formados durante a contração da Lua, quando a camada superficial do satélite é quebrada e um pedaço é empurrado sob o outro.

Imagem captada pela espaçonava LRO mostra falha formada pela compressão da Lua. A superfície do satélite se quebra com o encolhimento e um pedaço é empurrado sob o outro, formando uma espécie de degrau.
Imagem captada pela espaçonave LRO mostra falha formada pela compressão da Lua. A superfície do satélite se quebra com o encolhimento e um pedaço é empurrado sob o outro, formando uma espécie de degrau.

Além disso, sismógrafos instalados na superfície lunar de 1960 a 1970 também detectaram que oito dos 28 tremores registrados ocorreram a cerca de 30 quilômetros de distância das falhas captadas pelas imagens da LRO. 

Tomas Watters, um dos autores da pesquisa, explica a conclusão: "achamos que é muito provável que esses oito tremores tenham sido produzidos por falhas que se acumularam quando a crosta lunar foi comprimida (...) indicando que os sismômetros da Apollo registraram a Lua encolhendo e ainda é tectonicamente ativa". 

A NASA ainda informou que esses novos dados foram de extrema importância para avançar na compreensão da Lua e serviram um norte para novas missões e estudos para o futuro.