Você já ouviu falar do zero absoluto? A ideia, criada pelo físico William Thonsom, diz respeito à menor temperatura que pode existir no mundo, que faria com que todas as moléculas parassem de se mover.

Mas qual o valor exato dessa temperatura? Segundo Thomson, não seria possível atingir um valor menor do que zero kelvin, ou -273,15 °C! A idéia é reforçada com a Nebulosa de Bumerangue, o ponto mais frio da galáxia, que marcou um mínimo de -272 °C! Haja agasalho!

Porém, cientistas da Universidade Ludwig Maximilian, na Alemanha, desafiaram a própria ciência e mostraram que não só é possível atingir essa marca como também ultrapassá-la! Mas nenhum deles é um guerreiro de gelo. Para isso, eles tiveram de criar um gás quântico com átomos de potássio alinhados de maneira específica com a ajuda de lasers e campos magnéticos.

Primeiramente, foi necessário resfriar em torno de 100 mil átomos até uma temperatura de alguns bilionésimos de 1 kelvin positivo. Isso tudo em uma câmara de vácuo, para evitar qualquer interferência externa que possa aquecê-los.  Após, os cientistas conseguiram resfriar ainda mais os átomos, através de uma rede de feixes de laser e campos magnéticos.

Legal. Atingimos o zero absoluto. Mas qual a importância disso e qual as possibilidades?  As possibilidades são inúmeras. Seria possível a criação de novas formas de matéria, mas com alguns efeitos colaterais: em um sistema como esse, os átomos abaixo do zero absoluto passam a flutuar em vez de serem puxados pela gravidade. Lembra-se do skate voador do filme "De Volta para o Futuro"? Pois bem... é melhor começar a economizar dinheiro. Claro que é uma realidade distante, mas podemos começar a imaginar como é seu funcionamento.



Pronto para bancar uma de Marty McFly?

Por fim, estes átomos abaixo de zero kelvin possuem um comportamento parecido com o da matéria escura, matéria teórica que representa 95% de todo Universo e responsável por sua expansão, pois briga eternamente com a gravidade, que por sua vez tenta atrair o Universo de volta ao centro. Assim, é possível imaginar de maneira superficial o funcionamento de uma dobra espacial, mostrado no filme "Jornada nas Estrelas".