A Nintendo está na mira do Procon-SP após implementar cláusulas consideradas abusivas em seu contrato com os consumidores brasileiros. A principal crítica do órgão é sobre o cancelamento de contas e bloqueio permanente de consoles sem necessidade de justificativa clara, uma prática que vai contra o Código de Defesa do Consumidor.

Cancelamentos "por qualquer motivo" acendem alerta

O grande problema, de acordo com o Procon-SP, é a falta de critérios objetivos para o bloqueio ou cancelamento. A cláusula autoriza a empresa a encerrar o acesso a serviços e contas "por qualquer motivo", sem precisar apresentar justificativas. O órgão considera isso uma violação ao direito do consumidor, já que cláusulas assim são consideradas nulas pela legislação brasileira.

Além disso, os novos termos exigem que o usuário renuncie ao direito de processar a Nintendo, inclusive por meio de ações coletivas, impondo arbitragem obrigatória individual, outra condição que infringe as leis nacionais.

Segundo o Procon, essas novas regras da empresa foram impsotas aos usuários um pouco antes do lançamento do Switch 2.

Nintendo não tem representante no Brasil

Nintendo não tem representante no Brasil
Nintendo não tem representante no Brasil

Outro ponto levantado pelo Procon-SP é o fato de que a Nintendo não possui CNPJ nem representação formal no país. Isso dificulta, ou até impossibilita, a responsabilização da empresa em casos de problemas com entrega, suporte ou funcionamento de seus serviços.

Para conseguir notificar a Nintendo, o Procon-SP teve que acionar a sede da empresa nos Estados Unidos. Em resposta, a Nintendo designou um escritório de advocacia brasileiro, mas apenas para tratar especificamente desse caso.

A Nintendo terá 20 dias para responder à notificação, e o caso pode evoluir para multa ou outras sanções, dependendo da análise do órgão.