A taxação sobre compras internacionais — conhecida popularmente como "taxa das blusinhas" — tem gerado grande repercussão no Brasil, com os Correios amargando um prejuízo bilionário. Em fevereiro, os Estados Unidos adotaram uma medida semelhante e, agora, foi a vez da França implementar sua própria taxa, com o objetivo de conter a entrada irrestrita de produtos de varejistas chinesas.
França pode acabar com isenção de compras internacionais
Segundo a ministra das Contas Públicas, Amélie de Montchalin, o governo francês já discute internamente o fim da isenção para compras internacionais de até 150 euros (cerca de R$ 967). A proposta prevê que todas as encomendas vindas de fora da União Europeia passem a ser taxadas.
Apesar da mudança, Montchalin afirmou que a cobrança será simbólica, limitada a "alguns euros" ou até mesmo "alguns centavos" por produto, com o objetivo de reduzir o impacto direto para os consumidores.
A ministra defende que a medida é uma forma de proteger o mercado francês da enxurrada de produtos baratos da China, especialmente após o país perder espaço nos Estados Unidos. Plataformas como Shein, Temu e AliExpress estão no centro da discussão.
A ideia é que essas plataformas sejam as responsáveis por pagar a nova tarifa, e não os consumidores finais. No entanto, o projeto ainda está em fase de análise e debate no governo francês.
Ainda assim, a França pressiona a União Europeia para antecipar o fim da isenção atual, que só está prevista para ser encerrada oficialmente em 2028.
O governo francês alerta que, sem uma regulamentação conjunta aprovada por todos os países do bloco, a nova taxa nacional poderá ser ineficaz, já que os produtos poderiam entrar por outros países-membros e circular livremente.
A arrecadação obtida com a cobrança será usada para custear a fiscalização de encomendas. Quando a norma europeia entrar em vigor, a taxa local será substituída pela regra unificada do bloco.