Uma equipe de pesquisadores analisou mais de 50 mil registros de pólens fósseis e outros 6 mil tipos de folhas na Colômbia, e propuseram que o impacto do asteroide de 12 quilômetros que extinguiu os dinossauros há aproximadamente 66 milhões de anos, pode também ter contribuído para a origem de grandes florestas tropicais na Terra, como é o caso da floresta amazônica que cobre boa parte da região norte do Brasil, e outros países vizinhos como Peru, Bolívia, Colômbia, Suriname, Guiana Francesa, Guiana, Venezuela e Equador.

O estudo foi realizado pela equipe da Smithsonian Tropical Research Institute, do Panamá, e publicado na revista científica Science. Ao analisar as plantas de antes e depois do impacto, a equipe descobriu que algumas plantas específicas eram bem comuns na Terra antes do solo ser atingido pelo asteroide.

Mónica Carvalho, uma das autoras do estudo, disse que as plantas coníferas e samambaias eram bastante comuns na Terra antes de o asteroide atingir o nosso solo. Depois do impacto que disseminou os dinossauros da Terra, a diversidade de plantas também foi afetada, ocasionando em uma redução de 45%, extinguindo principalmente as plantas com sementes. A partir daí, durante um processo de seis milhões de anos, as plantas com flores, conhecidas também como angiospermas, cresceram e dominaram as florestas.

Floresta amazônica vista de cima. (Imagem: Rosa Maria por Pixabay)
Floresta amazônica vista de cima. (Imagem: Rosa Maria por Pixabay)

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Processo de transição

O processo de transição em si, foi realizado bem lentamente, mas sucedeu nas florestas tropicais que conhecemos hoje em dia. As mudanças, propriamente ditas, envolvem a passagem de luz solar ao solo. Por exemplo, durante o final do período Cretáceo, quando os dinossauros ainda existiam, as árvores tinham um espaço grande umas das outras, o que permitia a passagem de luz. Mas depois que esses grandes animais foram extintos, a proliferação das plantas criou uma espécie de copa espessa no topo que dificultava a luz solar alcançar o solo.

Mónica ainda complementa ao se referir ao processo de mudanças na formação das florestas tropicais;

"A lição aprendida aqui é que, sob distúrbios rápidos, os ecossistemas tropicais não apenas recuperam. São substituídos e o processo leva muito tempo."

Para esclarecer como essa mudança ocorreu, os autores do estudo apresentaram três diferentes explicações;

  • A primeira possibilidade é que além dos dinossauros se alimentarem dessas plantas, sem perceber eles também pisoteavam, o que impediria seu crescimento a níveis elevados.
  • A segunda explicação defende o aparecimento das cinzas, que ocasionalmente surgiram com o impacto do asteroide e acabaram enriquecendo o solo, o que permitiu o crescimento das plantas de forma mais rápida.
  • E por fim, a terceira explicação sugere que a extinção das espécies coníferas, isto é, plantas com sementes, pode ter permitido que os angiospermas assumissem o controle das florestas.

Todas essas são possibilidades reais, que não podem ser descartadas. Na verdade, os pesquisadores defendem que todas elas podem realmente ter contribuído para formar as florestas que existem atualmente.

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