Famoso no meio científico, o acelerador de partículas brasileiro Sirius, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), tomou os holofotes ao revelar detalhes estruturais de uma proteína importantíssima para o coronavírus, ou o vírus
SARS-CoV-2. Essas informações destacam a participação brasileira no combate ao covid-19 e nos estudos do vírus a fim de compreendê-lo melhor e desenvolver novos métodos de combate.
A primeira estação do Sirius a entrar em ação foi a linha de luz Manacá, que ao utilizar linhas de luz e difração de raios X, se dedica à cristalografia de proteínas e consegue revelar com detalhes cada átomo que a compõe, assim auxiliando na produção de medicamentos para a doença e permitindo compreender mais a fundo como o vírus age em nível molecular.
O Sirius é o único acelerador de partículas no Brasil realizando esse tipo de estudo, mas não é o único do mundo. Contudo, o Sirius ainda proporciona uma das melhores resoluções que a tecnologia pode produzir nesse tipo de pesquisa. Ana Carolina Zeri, pesquisadora no CNPEM afirma que "Os pesquisadores querem olhar a estrutura e testar ligantes que podem ser candidatos a fármacos".
A proteína em questão analisada em todo esse estudo é a 3CL Protease, do SARS-CoV-2. É uma molécula com formato similar a um coração que é uma das bases do coronavírus. Ela é essencial para a replicação do vírus, então ao conseguir bloqueá-la ou neutralizá-la, teoricamente se impediria a reprodução viral e controlaria a infecção.
O Sirius também se mostra aberto para a utilização de outras pesquisas e recebe cientistas e pesquisadores do mundo todo. Cruzar resultados de diferentes pesquisas é a base para se chegar a respostas e conclusões mais precisas.