A obesidade vem sendo um enorme desafio para a saúde pública nos últimos anos. O problema afeta no mundo mais de 500 milhões de pessoas. O excesso de peso contribui para várias doenças, como diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares e ainda câncer, sendo que podem até levar à morte. Somente nos Estados Unidos a doença custa aos cofres cerca de US$ 200 bilhões ao ano.

A boa notícia é que a obesidade poderá ser prevenida ou até mesmo curada. De acordo com um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) juntamente com a Universidade de Harvard, e publicado no New England Journal of Medicine, os pesquisadores tem conseguido através de experimentos controlar o metabolismo fazendo uma espécie de bloqueio nos genes causadores da obesidade.

"A obesidade tem sido tradicionalmente vista como o resultado de um desequilíbrio entre a quantidade de alimento que nós comemos e quanto nós exercitamos, mas esta visão ignora a contribuição da genética para o metabolismo de cada indivíduo", diz o autor sênior Manolis Kellis, um professor de ciência da computação e um membro de Ciência da Computação do MIT e Laboratório de Inteligência Artificial (CSAIL) e do Instituto Broad.

Sendo assim, nem sempre uma pessoa obesa precisa comer muito para continuar engordando. Todo o processo está ligado um gene associado a obesidade que deixa as pessoas com excesso de peso.

Os pesquisadores, desde 2007,  já sabiam da existência de um gene conhecido como FTO que tinha ligação com a obesidade, porém, ainda não estava comprovado como era a real ligação entre eles,  e mesmo sobre a relação do gene com o apetite ou a falta de exercícios, por exemplo.

O estudo agora revelou que um defeito do gene é responsável por agir diretamente sobre a energia consumida e transformada em gordura. Porém, em vez de queimar tal gordura, a alteração genética faz com que ela fique apenas armazenada no organismo, o que propicia o aumento de peso.


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"Muitos estudos tentaram ligar a região do FTO com circuitos do cérebro que controlam o apetite ou propensão para o exercício", diz primeiro autor Melina Claussnitzer, professor visitante da CSAIL e instrutor em medicina no Beth Israel Deaconess Medical Center e Harvard Medical School. "Os nossos resultados indicam que a região associada a obesidade atua principalmente em células progenitoras de adipócitos de uma forma independente do cérebro."

"A gente já sabia que havia um defeito genético, pois qualquer pessoa que comer demais e não se exercitar corre o risco de ganhar peso. Mas há ainda aquelas pessoas que comem um pouco mais e a obesidade vem, mesmo assim. Essas pessoas estariam nesse grupo da ‘obesidade genética’", disse o nutrólogo Marcos Dantas.

Experiência

Para a experiência, ratos receberam genes modificados que aceleram o metabolismo, e com isso perderam até 50% da sua massa corporal, mesmo estando submetidos a uma dieta rica em hidrato de carbono.

O estudo, que foi publicado no New England Journal of Medicine mostrou que os cientistas conseguiram controlar o acúmulo de gordura fazendo a alteração de alguns componentes do DNA.

Fonte: Sciencedaily