A cidade chinesa Harbin registrou recorde de poluição na última segunda-feira (21). Uma névoa inundou o local deixando a visibilidade muito comprometida, ou seja, a visão só alcançava cerca de 50 metros.

Vários locais, como escolas, estradas e aeroportos foram fechados. Os níveis de poluição chegaram a 40 vezes do limite recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Essa névoa severa, acima de tudo, é causada pelas condições climáticas", disse Fang Li, diretor-adjunto do departamento municipal de proteção ambiental de Pequim. "No momento, as emissões poluentes totais superaram a capacidade ambiental", acrescentou ele.

Na China, o inverno representa também o período mais poluído do ano, em decorrência do mau tempo e também pelo uso excessivo de carvão para o aquecimento.

"Quando acordei abri a janela de casa e fiquei chocada: não se via nada", disse a brasileira Gabriela Calderaro, 39, que mora com o marido há sete meses em Harbin.

O marido de Gabriela trabalha em uma fábrica local e, ao retornar do trabalho, ela contou que as roupas do esposo tinham um cheiro muito forte de fuligem. No último domingo, em virtude das baixas temperaturas (perto de zero grau), as autoridades começaram a acionar a calefação nas casas e prédios públicos.

De acordo com a agência ambiental do país, a concentração de partículas finas, as mais perigosas, chegou a 1.000/m³. O máximo recomendado pela OMS é 25/m³.

Todos os alunos chegaram atrasados à aula porque não conseguimos achar o prédio", contou um universitário no Weibo (Twitter chinês).

As cidades da China estão entre as poluídas do mundo, tudo isso em virtude da grande preocupação com o crescimento econômico e o baixo investimento no meio ambiente pelas autoridades.

Porém, tal situação poderá mudar ao longo dos anos. A insatisfação do povo fez com que o governo elaborasse algumas medidas para reverter o quadro. As autoridades, no mês passado, já aprovaram um plano que limita o uso de carvão pela indústria e também a retirada de carros altamente poluentes.