Mais de meio século depois da histórica missão Apollo 11, que levou Neil Armstrong e Buzz Aldrin à superfície da Lua em 1969, a humanidade está prestes a dar mais um passo gigante. Com o programa Artemis, a NASA pretende não só retornar à Lua, mas também estabelecer presença humana contínua no satélite natural da Terra, abrindo caminho para futuras missões rumo a Marte.

O retorno não será simbólico. A proposta vai além de plantar uma bandeira: ela inclui pesquisas científicas, desenvolvimento de tecnologias e até a construção de uma estação espacial em órbita lunar. Se assim como eu você adora ciência e viagens espaciais, neste artigo você vai entender tudo sobre a missão Artemis, desde as etapas que estão planejadas, como também os astronautas envolvidos e as tecnologias usadas nessa empreitada.

O que é o programa Artemis?

Programa Artemis pretende levar o homem de volta á Lua. Imagem: NASA/Reprodução

O programa Artemis é uma iniciativa da NASA que marca o retorno das missões tripuladas à Lua, com uma proposta ambiciosa: criar uma presença humana sustentável e permanente no satélite. O nome faz referência à deusa grega Ártemis, irmã gêmea de Apolo, homenageando o programa Apollo, que levou os primeiros humanos à Lua entre 1969 e 1972.

A diferença é que agora, além da exploração, o foco também está em pesquisa, inovação tecnológica e igualdade de gênero, já que a primeira mulher e o primeiro astronauta não americano devem fazer parte das próximas tripulações.

Por que a NASA está voltando para a Lua?

Apesar da proximidade com a Terra, a Lua ainda guarda muitos mistérios. Retornar ao satélite é estratégico por vários motivos:

  • Testar tecnologias para missões a Marte;
  • Explorar recursos lunares, como água congelada;
  • Estabelecer uma estação orbital que servirá como base para futuras missões;
  • Ampliar o conhecimento sobre o espaço profundo.

O programa Artemis representa um salto científico, político e tecnológico, alinhado à nova corrida espacial, que envolve não apenas governos, mas também empresas privadas como SpaceX e Blue Origin.

Quais são as missões do programa Artemis?

O retorno à Lua será feito em várias etapas, de forma gradual. Veja abaixo o cronograma das principais missões:

Artemis I (2022)

Foi a missão inaugural, não tripulada, lançada em novembro de 2022. O objetivo era testar a nave Orion e o foguete SLS (Space Launch System) em uma viagem até a órbita lunar. A missão foi concluída com sucesso.

Artemis II (prevista para 2026)

Será a primeira missão tripulada do programa. Levará quatro astronautas — três da NASA e um da Agência Espacial Canadense (CSA) — para sobrevoar a Lua, mas sem pousar.
A data mais recente prevê o lançamento em abril de 2026, após dois adiamentos.

Artemis III (prevista para 2027)

Essa será a missão histórica: o ser humano voltará a pisar na Lua, agora na região do polo sul lunar, onde há possibilidade de encontrar água em forma de gelo.
É a missão que pretende levar a primeira mulher à superfície lunar. A previsão atual é para 2027.

Artemis IV (2028)

Vai inaugurar uma nova fase do programa: a montagem da estação espacial Gateway, que ficará em órbita lunar.
Além disso, a missão contará com um novo pouso na Lua.

Artemis V (2030)

Missão científica que levará mais astronautas à superfície lunar. Também será responsável por instalar o módulo Lunar View na estação Gateway.

Artemis VI e VII

Essas futuras missões, ainda em planejamento, devem focar na configuração de sistemas científicos, transporte de rovers habitáveis e início da construção de bases lunares permanentes.

Quem são os astronautas da missão Artemis II?

Astronautas da missão Artemis II. Imagem: Reprodução

A tripulação da próxima missão tripulada já está definida:

  • Reid Wiseman (EUA): comandante da missão, veterano da ISS;
  • Victor Glover (EUA): piloto da missão e primeiro afro-americano a viajar além da órbita terrestre;
  • Christina Koch (EUA): primeira mulher a sobrevoar a Lua, passou 328 dias consecutivos no espaço;
  • Jeremy Hansen (Canadá): primeiro astronauta não-americano a ir além da órbita terrestre.

Essa missão será essencial para testar a interface entre nave e astronautas antes do pouso lunar.

Quais as tecnologias por trás da missão Artemis

Sobre as tecnologias, a cápsula Orion MPCV (Multi‑Purpose Crew Vehicle) é o coração das missões tripuladas. Composta por três módulos, ela abriga a tripulação, sistemas de suporte à vida e o módulo de serviço europeu.

Também tem o Space Launch System, o maior foguete já construído pelos EUA. Com capacidade para cargas pesadas, ele levará a nave Orion e módulos da estação Gateway até a órbita lunar.

Space Launch System, o maior foguete já construído pelos Estados Unidos. Imagem: NASA/Reprodução

Por fim, temos a Artemis IV, a Gateway prevista para começar a ser montada e se tornar a primeira estação espacial em órbita lunar. Servirá como ponto de apoio para pousos, experimentos e futuras missões interplanetárias.

O objetivo final é claro: usar a Lua como trampolim para a exploração de Marte nas próximas décadas.

Se você se interessa por ciência, tecnologia e exploração espacial, continue acompanhando o Oficina da Net para atualizações completas sobre o programa Artemis e os próximos passos da NASA rumo ao espaço profundo.