Fósseis de Homo sapiens que foram descobertos no Marracos, que possuem entre 300 mil e 350 mil anos de idade podem ter recuado em 100 mil anos a data de origem de nossa espécie. Os estudos foram publicados nesta quarta-feira (7) na revista Nature.

"Esta descoberta representa a origem da nossa espécie, o Homo sapiens mais velho já encontrado na África e em qualquer outro lugar", explica o francês Jean-Jacques Hublin, diretor do departamento de Evolução humana do Instituto Max Planck em Leipzig (Alemanha) e coautor do estudo.

Homo Sapiens
Novos fósseis de Homo Sapiens. Revista Nature

Tais fósseis foram descobertos em Jebel Irhoud, a cerca de 100 quilômetros de Marrakesh, durante a década de 1960. Eles estavam do lado de ossos de animais e ferramentas de pedra.

A princípio, os fósseis foram datados como tendo cerca de 40 mil anos de idade e eram considerados como uma forma de Neanderthal da África. No entanto, análises feitas após acabaram colocando em dúvida tais conclusões.

Os pesquisadores descobriram que "o rosto de um destes primeiros Homo sapiens é [igual] ao de qualquer pessoa com a qual poderíamos cruzar no metrô", afirmou Hublin,

Hublin, juntamente com sua equipe, analisaram os fósseis e conseguiram identificar várias características como morfologias facial, mandibular e dentária, semelhante aos humanos modernos recentes.

Seguindo tais análises, os autores sugerem que os hominídeos de Jebel Irhoud integram parte das primeiras fases evolucionárias do Homo sapiens. O fóssil mais antigo atribuído a uma forma moderna de Homo sapiens tinha sido datado de 195 mil anos.

"Com certeza, antes de 300.000, antes de Jebel Irhoud, houve uma dispersão de ancestrais de nossa espécie no conjunto do continente africano", disse Hublin. "O conjunto da África participou desse processo".