Você provavelmente já soltou um "por favor" ou "obrigado" ao pedir algo pro ChatGPT. E apesar disso parecer só um gesto de educação — e até melhorar as respostas —, existe um custo que vai muito além da boa convivência. Segundo Sam Altman, CEO da OpenAI, essas palavras educadas estão ajudando a inflar a conta de luz da empresa... e também pressionando o planeta.

Ser gentil "aumenta" a conta de luz da OpenAI

A revelação veio em uma resposta no X (ex-Twitter), onde Altman contou que a gentileza dos usuários está custando "dezenas de milhões de dólares" por ano. E ainda mandou um "vale a pena" no fim, mostrando que vê valor nesse comportamento — apesar de nem sempre saber exatamente quanto gasta com energia.

E ele tem razão em parte. Uma pesquisa feita pela Future, no fim de 2024, mostrou que 67% dos americanos dizem ser gentis com os chatbots. Entre eles, mais da metade faz isso porque acredita que "é o certo a se fazer". Agora, tem também quem admita que está só tentando ganhar créditos com os robôs caso um dia role uma revolta das máquinas — 12% disseram exatamente isso. Sim, a paranoia já virou estatística.

Por outro lado, existe um lado prático (e bem mais real) nisso tudo: ser educado com as IAs costuma render respostas melhores. Segundo Kurtis Beavers, que trabalha com design na Microsoft, um pedido feito com respeito normalmente gera uma resposta mais colaborativa e útil. Isso acontece porque as IAs funcionam como espelhos — quanto mais claro, direto e profissional o comando, melhor o retorno.

Mas aí entra o ponto delicado: essa "gentileza digital" exige processamento. E processamento, no caso, significa mais energia sendo usada nos servidores que sustentam essas inteligências artificiais. O problema é que esses centros de dados já representam cerca de 2% de todo o consumo de energia do planeta — e esse número só tende a subir.

Pra ter uma ideia do peso disso, pesquisadores da Universidade da Califórnia calcularam que gerar um e-mail de 100 palavras pode consumir 0,14 kWh — o suficiente pra manter 14 lâmpadas LED acesas por uma hora. Agora imagina isso em escala global, com bilhões de interações rolando todos os dias.

No fim das contas, não é sobre parar de ser educado com os robôs. Mas talvez seja hora de repensar o quanto a gente depende deles pra tudo. A IA veio pra ficar, claro. Mas o equilíbrio entre eficiência, humanidade e sustentabilidade também precisa fazer parte da conversa.

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Com informações de TechCrunch, Futurism e TechRadar