Quando escrevi o review do Moto G, o então lançamento de médio custo da Motorola, cuja intenção era dominar o mercado dos smartphones low end - com desempenho e construção elevados - ninguém imaginava que a empresa seria capaz de lançar um aparelho ainda mais barato e impressionantemente competente. Está aí o Moto E que não me deixa mentir.

Claro, não vá pensar que estou falando de um competidor para amedrontar os aparelhos high end do mercado. Não! Trata-se, simplesmente, de um dispositivo de entrada desenhado aos moldes de seus irmãos, com sistema atualizado e força suficiente para suprir as necessidades básicas de um smartphone. Podemos afirmar com segurança que o Moto E é o melhor primeiro smartphone que você pode ter.

É claro que para um aparelho de baixo custo, ele vai precisa ter algumas limitações, mas vamos falar delas no decorrer do texto.

O Moto E foi apresentado em 13 de maio e, no dia seguinte, já estava disponível para compra nas maiores lojas do varejo brasileiro e mundial.

Bom, você veio até aqui para saber se vale a pena comprar um Moto E, não é mesmo? Então vamos aos detalhes deste aparelho.

Design

Ao saber do lançamento, imaginei um aparelho do tamanho normal para smartphones de entrada, algo bem menor que o costumeiro, ao pegá-lo, o tamanho, surpreendentemente adequado, encaixou perfeitamente na mão. Ponto positivo! Suavidade e ergonomia estão inclusos no Moto E.

Para um aparelho de (em média) R$ 599 - nas versões com dual chip e TV digital, o Moto E tem acabamento bastante elogiável, muito semelhante ao Moto G possui traseira em curva, facilitando na pegada do aparelho, além de ter capinhas lisas de policarbonato e substituíveis por,  pelo menos, duas outras cores.

Não temos botões físicos na parte frontal, eles ficam localizados, por padrão, na lateral direita do Moto E, assim como nos outros irmãos da família; são eles os botões de power e controle de volume. O botão de liga/desliga tem uma espécie de rigidez. Considerando que este é um botão que você vai utilizar frequentemente no dia a dia, é um ponto negativo para a Motorola não ter desferido maiores cuidados para este quesito.

Na extremidade superior, ao centro, está localizado o slot de fones de ouvido e a antena para TV digital. Este último utensílio vem junto com a caixa. Na parte de baixo, a entrada USB para carregamento de dados e energia.

Faltou no Moto E um flash existente nos Moto G e X; também ficou devendo um alto falante traseiro. No Moto E ele está localizado apenas na parte frontal. Este que foi um dos motivos de grande confusão, de minha parte. A faixa destinada ao alto falante externo é maior que a faixa do alto falante interno (para quando você está com o aparelho no ouvido), foi comum pegar o Moto E do bolso de ponta cabeça, confundido com o lado correto de segurá-lo.

Hardware

O Moto E tem apenas 4 GB de memória interna, no entanto, tem um diferencial inexistentes na primeira versão do Moto G: o slot para cartão de memória SD (até 32 GB). No caso, um cartão de memória é praticamente obrigatório, a fim de evitar que você fique sem armazenamento.

Com 1 GB de memória RAM, o aparelho que tem processador Dual-core Qualcomm Snapgragon S200 de 1,2 GHz de potência. O processador é inferior ao usado no Moto G, o Adreno 305 Snapdragon 400. Funciona muito bem com o sistema atualizado do Android e na execução de vários aplicativos simultaneamente.  Ao receber o aparelho, você já pode tratar de atualizá-lo para a versão mais recente do Android Kitkat 4.4. E também receberá as novas atualizações; uma garantia da Motorola.

Em benchmark, obviamente que o Moto E fica atrás dos grandes aparelhos do mercado, mas dá um banho de desempenho perante os concorrentes da mesma faixa de preço. Ele marcou 5336 pontos no app de benchmark, Antutu.

Bateria

Saque a capinha preta pra ter acesso à bateria, mas não para tirá-la. Ela é fixa! A capa é retirada para substituição das cores e também para inserção dos chips e o cartão de memória. A potência de 1900 mAh é competente para durar um dia de uso moderado, ou seja, com uso de Wi-fi, 3G, apps de redes sociais, conversas prolongadas no whatsapp, além de jogos leves e de médio desempenho. Em resumo, durante o dia, não te deixa na mão.

Tela

A tela do Moto E tem 4,3 polegadas, resolução de 540 x 960 qHD, 256 dpi. Luminosidade excelente, digna dos padrões da família. São 16 milhões de cores envoltas numa tela de capacidade muito boa. Nível acima dos concorrentes diretos de preço baixo.

O Gorila Glass é aquela preocupação que você não precisa ter com relação a arranhões e riscos na tela do seu Moto E. A tecnologia, que é de sucesso em outros smartphones, chega junto no Moto E. Ótimo pra preservar a integridade da sua tela sem precisar de película protetora. Atente que o Gorila Glass não é invulnerável.

Software

Como já mostramos anteriormente, o Moto E tem a versão mais recente do Android e tem suporte para as próximas atualizações, garantido pela Motorola. Dentro deste SO, nenhuma mudança de identidade, como faziam as empresas antigamente. Você tem um Android praticamente puro em seu aparelho. Com exceção da a presença dos apps brasileiros e alguns aplicativos de ajuda para o usuário, como o Alert, Ajuda e o Migração Motorola.

Além dos apps impostos pela Motorola, há uma série de aplicativos do Google Play, estes presentes em praticamente todos os smartphones com Android.

Pela estrutura desenvolvida pela empresa a fim de manter o preço baixo, não há recursos exclusivos de grande impacto no Moto E.

Som/vídeo

O Google Play já está integrado ao aparelho e, por isto, não se faz necessário o download de um tocador de músicas. O Play Music é muito bom e vai lhe atender perfeitamente. Já para assistir vídeos, o Play Filmes funciona unicamente para assistir filmes e vídeos locados/comprados na Google Play. Se você quer colocar um filme para rodar com o cartão de memória, precisa assistir pela galeria, no entanto, alguns formatos de vídeo e áudio não são suportados. Aconselhável que você faça download de um tocador de vídeo na loja do seu Android.


Play Music

Vídeo rodando na galeria de imagens

TV Digital

Um dos recursos interessantes do Moto E é a TV digital que acompanha os aparelhos. Com um cabo que serve como antes, a TV digital funciona muito bem, só que a imagem, infelizmente, não é HD como nos televisores. Não é um luxo, mas é uma facilidade e quebra um tremendo galho quando se está na lotação ou na fila de espera. 

Câmera

A maior surpresa negativa do Moto E está localizada na câmera. A começar pela falta de uma câmera frontal. Em plena era das selfies, o aparelho de entrada não possui uma câmera frontal! É isso mesmo. E como se não bastasse, a única representante fotográfica do Moto E é terrível. Fica praticamente impossível tirar fotos com objetos próximos. Os 5 MP da câmera realmente foram mal aplicados, a companhia certamente deixou estourar na câmera o orçamento de baixo custo do Moto E.

Veja nos exemplos que são poucas as chances de uma foto sair perfeita. Já pensou numa selfie com o smartphone virado? Não rola. A Câmera, aparentemente, tem extrema dificuldades de encontrar o primeiro objeto focalizado, pois o segundo, ela capta com certa precisão. Pra você entender melhor, veja a foto aqui de baixo.


Veja o primeiro objeto (tijolo) fora de foco, enquanto os demais elementos estão focalizados.

Não é aceitável que a câmera não pegue o elemento de interesse do usuário como principal elemento da fotografia.

Fora isto, a qualidade de imagem da câmera é apenas regular, até mesmo para um aparelho de entrada. Se você parar para pensar, o Moto G é um pouco mais caro, mas significantemente mais poderoso em todos os aspectos do Moto E.

Conclusão

A Motorola acertou em colocar no mercado um modelo de entrada com recursos avantajados. Em resumo, o Moto E passa a ser um dos melhores smartphones para que está migrando dos finados celulares. Com potência e desempenho invejável, o aparelho é melhor que quase todos os seus concorrentes. Peca por ter preço semelhante ao do seu irmão Moto G, que é levemente mais caro e possui recursos bem mais qualificados. Outro pecado que a Motorola cometeu com o Moto E está na câmera; em plena era de interação social com Instagram, twitter, e fotos no Facebook, o Moto E merecia ter uma câmera melhor. As fotos feitas com ele não chegam nem a ser ruins.

Levando em consideração estes dados e características, podemos afirmar que se você está migrando de um smartphone antigo ou um celular, o Moto E é uma ótima opção de compra. Você pode trocar as capas, baixar diversos aplicativos e muito mais.

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