Nesta quinta-feira (29), cientistas revelaram que encontraram o primeiro asteroide troiano em Urano.  De acordo com o comunicado, o 2011QF99 pode integrar uma população de objetos maior do que esperada e que está preso somente pela gravidade dos planetas gigantes do Sistema Solar.

Os asteroides troianos são considerados o que dividem a órbita de um planeta. Levando em consideração tal contexto, os astrônomos sempre acreditaram que era impossível a presença de um desses objetos na órbita de Urano, já que a gravidade dos planetas que estão ao seu redor deveria desestabilizar e também expelir o asteroide para fora do Sistema Solar.

Os pesquisadores acreditam que o QF99 foi preso pela órbita do planeta a poucas centenas de milhares de anos e deverá escapar em aproximadamente 1 milhão de anos. "Isto nos conta algo sobre a evolução do Sistema Solar", diz Alexandersen. "Ao estudar o processo pelo qual troianos são capturados temporariamente, podemos entender melhor como objetos migram pela região planetária do Sistema Solar."

Os cientistas, antes mesmo de descobrir o asteroide, haviam desenvolvido uma simulação computadorizada do Sistema Solar contendo todos os objetos que orbitam a estrela, incluindo os troianos.

"Surpreendentemente, nosso modelo prevê que, em qualquer tempo dado, 3% dos objetos dispersos entre Júpiter e Netuno devem coorbitar ou Urano, ou Netuno", diz Mike Alexandersen, líder do estudo publicado na revista especializada Science.