Visitando todos os maiores e mais famosos sites de downloads, percebemos que a política é a mesma: te obrigar a instalar inúmeros programas, a grande parte inútil, que você não quer.

E a armadilha é a mesma: "Baixe com o programa ‘X’ com instalador do site". As promessas são inúmeras, maior velocidade no download, opção de pausa no mesmo. Mas o resultado são uma quantidade de softwares indesejados sem tamanho.

Estes softwares são chamados de crapware, uma prática inclusive muito utilizada pelas fabricantes de computadores, smartphones e tablets. A intenção é até nobre, oferecer o dispositivo praticamente pronto para o uso. Mas na grande maioria das vezes o que acontece é que você terá que efetuar uma "limpeza" em um aparelho novo, pois a quantidade de programas sem utilidade é gigantesca.


Toolbar é um belo exemplo de crapware.

No caso dos "gerenciadores de downloads" destes sites a proposta parece ser a mesma, mas ocorre de uma forma bem equivocada. A aceitação da instalação dos programas indesejados está embutida na instalação do programa desejado. Então você instala um conversor de mídia, e junto com ele vem uma barra para o seu navegador, um antivírus, um aplicativo de "limpeza", etc.

O ato de instalar um programa hoje nos faz ler os "Contratos de licença" dos mesmos com mais atenção, ao invés do tradicional clique sequencial "Aceito > Aceito > Avançar > Instalar". Alguns softwares até permitem certas escolhas, mas outros infelizmente nos obrigam a ter uma série de crapwares. Dentre estes aplicativos temos as barras no navegador, antivírus, melhoradores de desempenho, etc. Também a confiabilidade destas "ferramentas" é duvidosa, pois muitas vezes pode haver alguma outra função indesejada. Geralmente nós já temos todos estes aplicativos instalados por nossa conta, e então o resultado é prejudicial ao desempenho do equipamento.

Geralmente, para um usuário com um pouco mais de conhecimento na área, a desinstalação dos crapwares não é complicada. Mas isto se torna um problema para um usuário leigo. Desafio para os profissionais de TI, e para os familiares e amigos destes usuários, que têm de resolver os problemas ocasionados pelos aplicativos.

Nível profissional

O interesse das empresas desenvolvedoras destes aplicativos é tão grande, que, recentemente, uma delas, sediada na China, abriu um escritório no Brasil. Provavelmente para direcionar os serviços de marketing ao "consumidor" brasileiro. Resultado de uma extensa coleta de dados destes programas.

Outra prática que está prejudicando a usabilidade de algumas páginas é o excesso, ou uso inadequando de merchandising. O conteúdo fica tão poluído e pesado que, muitas vezes, deixamos de consumir a informação, ou apelamos para o uso de adblocks.

Utilizar os bloqueadores de anúncios podem ser a solução para alguns, mas dor de cabeça para outros, como os sites que utilizam propagandas de formas discretas e pouco intrusivas. Bloqueando os anúncios, os sites recebem menos rendimentos das empresas patrocinadoras, podendo prejudicar os futuros investimentos em conteúdos do mesmo. Assim a solução é o uso com moderação das ferramentas de marketing por parte dos sites. Criando anúncios que se apresentem de forma pouco intrusiva e inteligente, deixando os usuários menos incomodados com os mesmos, focando apenas no consumo do conteúdo apresentado, e apresentando o marketing de forma discreta.

Desta forma voltaremos às páginas intuitivas, de fácil compreenção e com os resultados que o usuário deseja, potencializando os acessos e trazendo divisas para os sites, assim como downloads mais seguros e com menos crapware, oferecendo às pessoas a possibilidade de instalar, ou não, programas de empresas parceiras.

Talvez possamos voltar a ter uma internet mais limpa, com menos armadilhas, para que todos os usuários, leigos e avançados, possam navegar de forma mais tranquila. Caso contrário, o mercado de adblocks e de aplicativos de limpeza serão os beneficiados. E já a internet, essa se tornará inavegável.

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