Se você já tentou entender ou sempre quis perguntar abertamente algo íntimo sobre seu sexo oposto, mas não teve a coragem ou a oportunidade certa para fazer? É nesse momento que o ElaEle quer entrar em sua vida. A rede social criada aqui no Brasil pelos amigos Gabriel Reynard e Marcus Nunes, carrega referências do finado Orkut e visa sanar dúvidas gerais sobre relacionamentos, paquera e muito mais.

Atualmente com mais de 6 mil usuários ativos por mês, o ElaEle funciona assim: Você faz cadastro, na sua timeline estarão dispostas várias perguntas, tanto de homens como de mulheres, sobre os mais variados assuntos. Você pode acessar cada uma dessas perguntas, responder, curtir, seguir outros usuários, enviar mensagens e claro, perguntar e esclarecer suas dúvidas. O usuário vai evoluindo dentro do site através de pontos adquiridos conforme faz perguntas, responde outros usuários, etc.

O Oficina da Net conversou com um dos criadores, o Gabriel Reynard. Na entrevista a seguir, confira de onde veio a inspiração para criar a rede social, qual é o plano de negócios do ElaEle e até onde a dupla pretende chegar.

De onde veio inspiração para a criação da rede social?

A inspiração partiu de uma comunidade no Orkut que tinha a mesma proposta do site. De tanto nos divertirmos por lá, decidimos pegar a ideia e criar um site com tecnologia nova. Além disso, também sabíamos que muitos jovens (inclusive nós) tinham dúvidas sobre relacionamentos, paquera, namoro etc, e que uma comunidade online poderia ajudá-los a tomar melhores decisões na vida.

Vocês conseguiram atrair o mesmo público da comunidade para o Ela/Ele?

Não sei dizer, pois, depois que o Orkut acabou, ainda levou um bom tempo para construirmos o elaele.

É uma forma de encontrar respostas que vocês mesmo tinham?

Sim, quando participávamos da comunidade no Orkut, era para aprender e também compartilhar experiências que nós tínhamos. É o que acontece hoje no elaele, as pessoas querem dar conselhos, opinar e aprender com os outros. Apesar de estar casado e com filhos, eu uso o elaele para aprender cada dia mais, entender melhor o comportamento feminino faz uma grande diferença no meu casamento heheh.

Além disso, gosto de compartilhar minhas experiências e opiniões, sinto que estou ajudando os outros, um sentimento que outros usuários do site também têm.

Quais são os números da rede social? Quantos usuários ativos, acessos diários, perguntas, respostas.

A rede possui cerca de 6 mil usuários, com uma média de 60 mil acessos por mês e 2 mil acessos diários. Ao todo já temos mais de 5,6 mil perguntas, 49 mil respostas e 61 mil comentários, e mais de 85 mil páginas indexadas no Google, crescendo diariamente.

Quem é que é mais curioso? Homens ou mulheres?

Os dois. Os homens tendem a perguntar mais sobre as preferências da mulher sobre determinados assuntos, já as mulheres procuram entender melhor os homens, como eles pensam e tal. Mas ambos são muito curiosos, há um oceano de dúvidas entre os dois sexos. Eu que acompanho diariamente o site, descubro muita coisa, dou risada com as respostas e faço amigos.

Se fosse convidar uma pessoa para a rede, como você explicaria o funcionamento do Ela/Ele?

Eu diria que o elaele é uma rede social onde você descobre como as pessoas pensam, principalmente sobre temas como paquera, namoro, sexo, encontros, estilo e comportamento. Você entra, faz uma pergunta e aguarda pelas respostas, que são sinceras e escritas por todo o tipo de gente.

Eu falaria também sobre a possibilidade de responder perguntas de outras pessoas e compartilhar sua opinião, de fazer e responder perguntas de forma anônima (caso tenha vergonha e não quer ser expor) e do sistema de mensagens, que permite aos usuários conversar entre si de forma privada, sem que ninguém veja o que estão falando. Ótimo recurso para conhecer melhor as pessoas dentro do site.

Qual é o público que vocês pretendem atingir e qual já atingiram?

A ideia é atingir o público jovem, entre 18 e 25 anos. O público mais novo também é interessante, mas devido ao conteúdo do site só permitimos cadastros de pessoas maiores de idade. O público atual do site é justamente o que queremos atingir, homens e mulheres entre 18 e 25 anos. A proporção de usuários homem é maior do que o de mulheres, mas as garotas são mais ativas na rede.

De que maneira vocês pretendem capitalizar a rede social? Qual é o plano de negócios para a rede?

Para ganhar dinheiro vamos trabalhar com perguntas patrocinadas, ou seja, uma marca interessada em divulgar um produto/novidade irá fazer uma pergunta/enquete no elaele e os usuários vão deixar suas respostas e opiniões por lá. É uma forma da marca interagir com seu público-alvo e colher feedback instantâneo dos usuários. Além de fazer perguntas, as marcas terão outras features para utilizar no site que usuários comuns não tem, para diferencia o perfil da marca dos demais usuários. Uma das features que estamos testando é a opção da marca criar desafios dentro do site, como fazia o Foursquare antigamente, onde, a cada check-in que você dava você subia de nível.

Os desafios ainda estão em teste, mas já temos boas ideias para gamificar o site.

Qual é o principal atrativo do Ela/ele?

Sem dúvida alguma é a possibilidade de fazer e responder perguntas de forma anônima, sem precisar se expor. Isso deixa as pessoas confortáveis para perguntar o que quiserem, esclarecer a dúvida pela raiz.

E tem funcionado? Os usuários estão satisfeitos?

Tem funcionado muito bem, o feedback dos usuários sobre o site é ótimo, muita gente nos agradece por ter construído o elaele, dizendo que lá dentro fizeram bons amigos, tiveram a oportunidade de se expressar e também de tirar dúvidas.

É claro que ainda somos pequenos e temos poucos usuários, mas eu me sinto realizado em saber que fiz a diferença para algumas pessoas ao montar o site, muito gratificante.

A empresa já recebeu investimento externo?

Não. No começo do site estávamos preocupados em procurar investimento, mas o mercado brasileiro é complicado e na época não tínhamos um produto maduro para isso. Hoje estamos focados na construção do app para Android, o que nos toma muito tempo, então, foco total no produto. Assim que o app estiver pronto, vamos voltar nossas atenções para o mercado.

Vocês têm planejamento para investir em plataformas mobile?

Sim, mobile é o futuro. Hoje o elaele é responsivo e funciona bem no celular, mas o app ainda não está pronto. Começamos a trabalhar no aplicativo Android mês passado, com um visual reformulado e muito fácil de usar. Aguardem hehehe...

Quais são os planos de expansão da empresa? E os planos para o futuro?

Nosso principal objetivo é consolidar a empresa no Brasil, ser um produto amplamente acessado pelos brasileiros e ser referência neste modelo de "Question & Answer", que já é bem difundido no exterior. O futuro, bom, nossa ideia é traduzir o elaele para inglês e espanhol, para poder atingir outros mercados e quem sabe se tornar uma empresa global. O desafio é grande, mas sabemos que é possível.

Segurança na internet é um ponto que preocupa, hoje, como vocês controlam o conteúdo da rede social para que não exista apologia a práticas criminosas? (Prostituição, pedofilia, etc).

A moderação é feita de forma manual hoje em dia, revisamos todas as perguntas criadas no site e aquelas ofensivas são excluídas e o usuário recebe uma advertência. Em caso de reincidência, a conta é bloqueada. Estamos trabalhando agora em um sistema de denúncias, onde os próprios usuários irão denunciar o conteúdo que acham ofensivo, facilitando o trabalho dos moderadores.

Temos também a intenção de desenvolver um algoritmo de moderação, capaz de identificar palavras e imagens ofensivas e removê-las automaticamente.

Curtiu a ideia? Então se você quiser, acesse o Elaele e participe!