Entre a lista de prováveis problemas, estão sequelas semelhantes às sofridas por pessoas com demência. Vale salientar que os raios cósmicos são carregados de partículas de alta energia originadas no espaço e que viajam quase a velocidade da luz. O estudo que foi divulgado pela revista é de um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos e de acordo com os pesquisadores, os efeitos já seriam sentidos durante a longa viagem que os astronautas percorrem entre a Terra e Marte, percurso esse que leva mais ou menos nove meses para ser completado.

Além das viagens a Marte, viagens rumo a asteroides também podem trazer prejuízos ao sistema nervos humano. Mas como os pesquisadores chegaram nessa conclusão? Pois bem, os estudos realizados com ratos de laboratório, mostraram que a exposição prolongada à radiação cósmica, essa mesma que os astronautas encontram durante os longos voos espaciais, causaram danos ao sistema nervoso central dos animais, além destes danos, os mesmos ainda apresentaram perdas cognitivas. Segundo o estudo, o oxigênio e o titânio totalmente ionizado causaram inflamação no cérebro, afetando assim a transmissão de sinais entre os neurônios.

Para o professor de rádio-oncologia, da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, Charles Limoli: "As notícias não são boas para os astronautas que levarão entre dois a três anos, entre ida e volta para realizarem uma missão a Marte, pois detectamos que a exposição prolongada aos raios cósmicos pode causar redução do desempenho, perda de memória, de consciência e de concentração já durante o voo, a exposição excessiva a esses raios ainda podem afetar atividades críticas da missão", completa o professor.

Problemas mentais idênticos a esses detectados podem levar meses para se desenvolver em seres humanos, mas qualquer missão a Marte deve levar pelo menos um ano e meio ou mais.

Hoje em dia, astronautas internacionais se revezam em turnos que duram cerca de seis meses a bordo da Estação Espacial Internacional - ISS. Em 2030 a NASA pretende enviar pessoas para o planeta vermelho, onde muitos críticos afirmam que nós terráqueos ainda não possuímos tecnologia para tal, uma vez que ninguém deixou claro se essas viagens serão seguras para as pessoas comuns.

O estudo apresentado pela revista Science Advances e realizado pela Universidade da Califórnia, faz parte de um programa da NASA que tenta entender as causas e efeitos da radiação especial em astronautas e com isso tenta achar uma solução de proteger os mesmos durante essas viagens.