A CCFC entrou esta semana com um processo contra a fabricante de brinquedos Mattel, que é a responsável pela criação da "Hello Barbie". A boneca é interativa, pois se utiliza da tecnologia de reconhecimento de voz, muito idêntico ao Siri, da Apple e do assistente Google Now, para interagir com a criançada.

A Hello Barbie usa uma conexão Wi-Fi para conseguir, através do seu assistente de voz, interagir e compreender o que a criançada está dizendo. As perguntas ou falas das crianças são armazenadas pela boneca, através de uma empresa localizada em San Francisco, nos Estados Unidos, a Toy Talk, que interpreta os dados e envia uma resposta pré-gravada. Segundo a Mattel e a Toy Talk, as conversas gravadas só são usadas pela boneca, para responder a padrões de linguagem natural complexas, ou seja, a boneca só responde as perguntas desenvolvidas a partir de dados recolhidos em conversas prévias com a criança.

Em uma demonstração feita recentemente, foi possível ver a capacidade da boneca, que além de responder a perguntas, também conseguiu realizá-las. Entretanto, antes da criança usar a "Hello Barbie", os pais ou responsáveis, tem que assinar um acordo, onde os mesmos concordam com a política de privacidade da Toy Talk, uma vez que a empresa compartilha os áudios gravados com terceiros para desenvolver a tecnologia e a análise de dados.

Em relação a tudo isso, um porta-voz da Toy Talk diz o seguinte:

A nossa empresa só irá usar as conversas gravadas pela boneca, para operar e melhorar nosso produto, para melhorar o desenvolvimento do reconhecimento de voz para as crianças, além de melhorar o processamento da linguagem natural".

Para os advogados da CCFC, a grande preocupação em relação à Hello Barbie é com os dados que são enviados para a empresa terceirizada; gravações essas que podem conter alguma informação íntima da criança.

Susan Linn, diretora executiva da CCFC diz o seguinte sobre o assunto: "Os pequenos que usam essa boneca, não estão falando com ela, eles estão falando diretamente com um grupo empresarial com interesses financeiros".

Já a professora da Faculdade de Direito da Universidade de Georgetown, Angela Campbell, diz que: "Se eu tivesse um filho pequeno, ficaria muito preocupada com o conteúdo íntimo que meu filho teve com a sua boneca, pois toda essa conversa estaria sendo registrada e analisada".

Em virtude de toda essa preocupação, a organização dos advogados pretende banir a Hello Barbie das prateleiras das lojas de brinquedos e das lojas que comercializam esse tipo de produto, deixando-o bem longe das lojas em feriados como o Natal, pois acreditam que a boneca oferece um perigo muito grande as crianças e suas famílias. Em relação a toda essa pressão, a Mattel, fabricante da Hello Barbie, se pronunciou informando que não usa a referida tecnologia e os dados em promoção e distribuição de anúncios, pois sua intenção é a de criar uma ligação direta entre o brinquedo e as crianças, já a Toy Talk, disse que a política de privacidade da companhia será analisada e se necessário será refeita.